(Também) Há festa nas ruas de Londres

Peregrinos desvalorizam polémicas que têm envolvido visita de Bento XVI

Fiéis cantando “God Bless the Pope” (Deus abençoe o Papa) ou empunhando cartazes onde se pode ler “We love you Papa” (Amamos-te, Papa) esperam Bento XVI junto da abadia de Westminster, onde vai ter lugar a celebração ecuménica que encerra o segundo dia da visita papal ao Reino Unido.

Numa verdadeira festa do mundo, misturam-se idiomas, raças, bandeiras e mesmo religiões para receber o Papa, uma ocasião única para milhares de pessoas.

Sem surpresa, há um português na primeira fila: Paulo falhou a visita de Bento XVI a Portugal, em Maio passado, mas é no país onde vive e trabalha que tem oportunidade de ver um Papa pela primeira vez.

Vinha a acompanhar a visita pela televisão, mas pensou para si mesmo que era nas ruas de Londes que devia estar, para acolher Bento XVI e foi ali que falou à Agência ECCLESIA.

Junto dele, uma família colombiana vibrava com a perspectiva de ver o Papa. O castelhano, aliás, é uma das línguas mais ouvida entre as pessoas que se acotovelam para estar o mais perto possível da estrada quando o Papa passar.

Também o francês, o português (com e sem sotaque) e o italiano dão corpo a esta “festa do mundo” que acolhe Bento XVI, à margem das mais mediatizadas manifestações de descontentamento, que não passam ao lado de quem se encontra na cidade.

À saída do encontro entre o líder da Igreja Anglicana, Rowan Williams, e o Papa, alguns dos participantes foram brindados com gritos de “Shame on you” (tenham vergonha) por alguns dos presentes.

Os protestos têm estado centrados nas questões da pedofilia e da ordenação sacerdotal de mulheres, bem como nos gastos que envolveu, embora organizações ateístas e grupos cristãos radicais aproveitem também estão ocasião para serem vistos e ouvidos nos seus sologans contra o Papa – e por isso se posicionam estrategicamente diante das câmaras de televisão.

Outros ficam a ver porque a oportunidade é rara e, como confessaram à Agência ECCLESIA, “o melhor é ficar por aqui”. A maioria, no entanto, veio mostrar publicamente a sua fé e saudar o Papa, o seu líder espiritual.

Repetente de 1982, altura em que viu João Paulo II, uma peregrina diz que o actual Papa é igualmente “encantador” e não esconde a sua alegria por poder estar junto de Bento XVI, em Londres.

Vários outros falam desse mesmo momento como uma motivação complementar para marcarem presença hoje junto do sucessor do Papa polaco.

Octávio Carmo, Agência ECCLESIA, em Londres

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top