Num encontro com representantes de outras religiões, em Londres, o Papa falou da importância da liberdade religiosa e do diálogo inter-religioso
Bento XVI acredita que apesar de haver “diferentes tradições religiosas”, todos devem “trabalhar juntos para o bem da comunidade em geral”.
Daí que o diálogo inter-religioso, como acontece nesta ocasião, seja considerado essencial pelo Papa, porque “todos têm, ao nível espiritual, o mesmo objectivo, embora de maneiras diferentes: encontrar respostas sobre o significado último da existência humana”.
Uma “busca do sagrado” que não prejudica outros campos de saber, defende Bento XVI, antes “amplia a sua importância, criando vias através das quais se pode exercer responsavelmente o papel de zelar pela Criação”.
Segundo o Papa, desde o Concílio Vaticano II a Igreja Católica tem vindo a realçar a importância do diálogo e da colaboração com os membros de outras religiões.
Uma relação que, para ser fértil, “deverá ser recíproca por parte de todos os elementos do diálogo e pelos seguidores de outras religiões”, sustenta Bento XVI.
O Papa referiu-se particularmente “a situações especiais, em algumas partes do mundo, onde essa colaboração e diálogo entre as religiões exige um respeito mútuo, exige liberdade de culto, bem como a liberdade de seguir a consciência de cada um, sem sofre o ostracismo ou a perseguição, mesmo após a conversão de uma religião para outra”.
Uma vez que sejam estabelecidas essas atitudes de abertura e de respeito, “as pessoas de todas as religiões vão colaborar efectivamente para a paz e a compreensão mútua, proporcionando assim um testemunho convincente perante o mundo” concluiu Bento XVI.
Perante cerca de 200 representantes institucionais e leigos de outras religiões, no Saint Mary’s College, em Twickenham, o Papa expressou ainda o reconhecimento da Igreja Católica pelo “importante testemunho que prestam todos aqueles líderes espirituais, homens e mulheres, num tempo em que as crenças religiosas nem sempre são compreendidas e apreciadas”.
Saudou também “os ministros religiosos e todos quantos são activos na política, nos negócios e na indústria”, fazendo uma menção especial aos líderes judaicos presentes e a toda a comunidade judaica da Grã-Bretanha, por ocasião da celebração do seu novo ano.
O Papa visita o Reino Unido entre 16 e 19 de Setembro, com passagens pelas cidades de Edimburgo, Glasgow, Londres e Birmingham.