Ameaças de terrorismo ensombram chegada do Papa a Londres

Peregrinos e curiosos esperam Bento XVI em Lambeth e Westminster

Ameaças ligadas a actos terroristas estão a ensombrar as primeiras horas do programa oficial Bento XVI na Inglaterra, com o Vaticano a assegurar que não haverá qualquer mudança de planos.

Cinco pessoas foram detidas esta Sexta-feira em Londres sob a suspeita de planear um acto de “terrorismo” relacionado com a visita do Papa à capital britânica, anunciou a polícia.

A Scotland Yard informou ainda que passou em revista o dispositivo de segurança para esta visita e que este “continua a ser apropriado”.

Perante estas notícias, o Papa continua calmo, disse aos jornalistas o Pe. Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, indicando que não está prevista qualquer alteração ao itinerário da viagem.

Este responsável relativizou a questão e sublinhou que as comitivas papais já passaram por situações mais complicadas.

No segundo dia desta histórica visita ao Reino Unido, o Papa vai encontrar-se esta tarde com o Arcebispo da Cantuária, Rowan Williams, numa reafirmação da importância de católicos e anglicanos trabalharem em conjunto.

Posteriormente, Bento XVI desloca-se para um local simbólico, o Westminster Hall, onde em 1535 foi julgado e condenado à morte S. Tomás Moro, mártir católico acusado de traição no reinado de Henrique VIII, durante o qual se deu a separação entre Roma e a Igreja de Inglaterra.

Ali, o Papa fala a representantes da sociedade civil, do mundo académico, cultural e do corpo diplomático, bem como com líderes religiosos.

O dia conclui-se com uma celebração ecuménica na abadia de Westminster, onde já se começam a congregar centenas de peregrinos e curiosos, rodeados por um forte dispositivo policial.

Numa auscultação feita pela Agência ECCLESIA junto de profissionais que acompanham esta visita, as primeiras horas do Papa em Londres ficam marcadas pela ideia de fundo de que é necessário trabalhar juntos para o bem de todos.

Nesse contexto, ganham legitimidade quaisquer protestos que surjam com a vontade de dialogar e se enquadrem num cenário de “respeito recíproco”.

Os milhares de pessoas que têm saudado Bento XVI pelas ruas do Reino Unido, católicos e não católicos, mostram que as mensagens do Papa são dirigidas a todas as pessoas de “boa vontade” e não só aos membros da Igreja.

Octávio Carmo, Agência ECCLESIA, em Londres

 

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