Cerca de um milhar de pessoas participaram na missa exequial de D. Tomaz Silva Nunes, falecido esta Quarta feira, vítima de enfarte agudo do miocárdio
Cerca de mil pessoas participaram, esta quinta-feira, dia 2 de Setembro, na missa de exéquias de D. Tomaz da Silva Nunes, que se realizou na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa.
Entre os participantes na eucaristia, presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, estiveram cerca de 15 bispos, mais de 200 padres e 15 diáconos, além de membros de congregações religiosas e leigos.
Na homilia, o Cardeal Patriarca lembrou o momento em que, há 12 anos, impôs as mãos sobre D. Tomaz Nunes para o ordenar bispo.
Nesse dia, disse D. José Policarpo, “estivemos nesta igreja, com tantos ou mais bispos do que hoje, com o clero de Lisboa cheio de alegria”.
Logo a seguir, “o senhor D. Tomaz foi daqui para o hospital, para fazer uma intervenção cirúrgica que o médico não queria atrasar nem 24 horas. E o Senhor deu-lhe ainda estes anos de saúde e de jovialidade ao serviço da Igreja”.
O Cardeal Patriarca evocou o momento em que se deparou com a morte do bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã.
“Ontem, quando entrei no quarto do senhor D. Tomaz e vi o seu corpo sem vida, não senti que a vida é um choque com o futuro, mas senti muito profundamente que é um choque com a eternidade, violento, surpreendente e inesperado”, disse o prelado.
“Jesus – prosseguiu – tinha-nos avisado. Mas nós esquecemos com tanta facilidade esse aviso tantas vezes repetido: ‘Virei quando menos se espera’.”
Para D. José Policarpo, “a morte é, sob o ponto de vista humano, a mais radical experiência de solidão, mesmo que os outros estejam à nossa volta, e só Deus a pode vencer”.
“O senhor D. Tomaz morreu sozinho e nós estávamos lá, perto dele. Mas ele não pôde sentir o calor da nossa amizade naquele momento difícil”, lembrou o Cardeal Patriarca.
Referindo-se à experiência da morte e à sua relação com a vida, D. José Policarpo sublinhou que o “choque com a eternidade será libertador se o experimentarmos permanentemente com Jesus ressuscitado”.
“Jesus Cristo, na sua Páscoa, surge como essa experiência fundamental de humanidade que encerra a sua única verdadeira esperança, que é mitigar esse choque com a eternidade e fazer dele um encontro jubiloso”, referiu.
“A experiência ao longo dos séculos deixa-nos clareiras de esperança para acreditarmos que esse é um momento de grande júbilo”, afirmou o prelado, que no entanto advertiu: “Ai daqueles que nesse momento derradeiro negam o encontro com Deus.”
Sobre a urna fechada de D. Tomaz Silva Nunes foi deposta a sua mitra e um evangeliário (livro com textos bíblicos do Evangelho proclamados nas missas), aberto ao centro.
D. Tomaz da Silva Nunes faleceu esta Quarta feira devido a um enfarte agudo do miocárdio, segundo apurou a Agência ECCLESIA junto do Patriarcado de Lisboa.
Após a celebração das exéquias, a urna saiu da igreja em silêncio, mas uma salva de palmas irrompeu quando o corpo de D. Tomaz da Silva Nunes foi depositado no carro funerário.
O cortejo exequial seguiu para o cemitério do Alto de São João, em Lisboa, escoltado pela Polícia de Segurança Pública.
Os ritos que antecederam o sepultamento no jazigo do Patriarcado, presididos por D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa, contaram com a presença de uma centena de pessoas.
Foto: Missa exequial de D. Tomaz Silva Nunes, igreja de Nossa Senhora de Fátima, Lisboa