Igreja em França explica posicionamento contra repatriamentos de ciganos

O vice-presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF), D. Hippolyte Simon, defendeu a posição do Vaticano em relação aos imigrantes, respondendo a críticas do ministro da Imigração da França, Éric Besson, à intervenção do Papa no Angelus do último Domingo.

“É normal que [a Igreja] se coloque à disposição da parte mais frágil da população”, afirmou o Arcebispo, em entrevista ao jornal católico “La Croix”.

Éric Besson definiu como “injustas” as palavras do Papa. Falando em francês, Bento XVI disse que os cristãos são chamados a “acolher as legítimas diversidades humanas, seguindo Jesus, que veio unir os homens de todas as nações e todas as línguas”.

As declarações do Papa surgem num momento em que se verifica o repatriamento de centenas de ciganos na França, determinado pelo governo de Nicolas Sarkozy, gesto já criticado pelo Vaticano.

O executivo francês agravou a política contra os ciganos da Bulgária e da Roménia no final de Julho, desmantelando dezenas de acampamentos ilegais.

A França expulsou 635 ciganos desde o dia 28 de Julho e o número deve subir para cerca de 950 até ao final de Agosto.

Sobre as acusações de ingerência levantadas no país de Nicolas Sarkozy, D. Hippolyte Simon reiterou que “não deve haver confusão de papéis, somente a vontade de ser porta-voz de pessoas que ninguém escuta”.

O Arcebispo de Aix-en-Provence e Arles, Christophe Dufour, denunciou “os argumentos securitários que podem dar a impressão de que estas são populações inferiores”.

“A maior parte destas pessoas, cidadãos europeus, vivem aqui pacificamente, uma boa parte deles há vários anos”, lembrou.

Redacção/ANSA/RR

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top