Caxinas: Igreja em forma de barco faz 25 anos

As tradicionais Festas ao Senhor dos Navegantes, nas Caxinas, são este ano marcadas pela evocação do 25.º aniversário da inauguração da singular igreja paroquial daquela freguesia de Vila do Conde.

A “Igreja do Barco” – como é apelidada por muita gente – foi inaugurada e dedicada no dia 4 de Agosto de 1985 em cerimónia presidida pelo Arcebispo de Braga de então, D. Eurico Dias Nogueira. Ainda hoje, aquele templo é tido como um projecto arrojado, inovador, que não deixa ninguém indiferente.

A autoria do projecto de arquitectura é do padre Manuel Gonçalves, que não veria, contudo, a sua obra acabada, uma vez que faleceu a meio da construção da igreja, que durou cerca de três anos e meio.

Segundo relatou o pároco ao Diário do Minho, a actual igreja veio substituir uma antiga, implantada no mesmo local, num processo que se revelou tão melindroso quanto pacífico. «A igreja antiga tinha sido inaugurada em 1928 e serviu a comunidade durante 53 anos, o que, para uma igreja é relativamente pouco tempo», referiu o monsenhor Domingos Ferreira de Araújo.

Na altura em que foi apresentado o projecto de construção do novo templo, o sacerdote recorda que, apesar de nunca ter existido qualquer contestação pública, algumas pessoas pretendiam que a “velha” igreja não fosse demolida.

«Houve até uma pessoa que se disponibilizou a doar um terreno, mais no interior, para que lá fosse construída a nova igreja», lembrou o pároco, acrescentando que o conselho paroquial entendeu que a igreja dedicada ao Senhor dos Navegantes tinha de ficar situada à beira mar e, por isso, no local onde estava o antigo templo.

O projecto foi lançado e a obra executada. «Só depois de verem a nova igreja é que muitos dos que defendiam a preservação da velha igreja deram “a mão à palmatória” e concordaram que, de facto, só um novo espaço litúrgico como o que actualmente existe era capaz de satisfazer as necessidades da paróquia», afirmou monsenhor Domingos Ferreira de Araújo.

Apesar do antigo templo ter sido demolido, o pároco sublinha que «toda a talha existente foi aproveitada» e nada foi vendido, apesar de não terem faltado interessados em adquiri-la. Essa talha está agora colocada parte na cripta da igreja paroquial e nas capelas do Santíssimo Sacramento e de S. Brás. Mesmo assim, ainda sobraram algumas peças que estão guardadas pela paróquia.

Reconhecida por todo o país e no mundo pela sua peculiar forma em barco, a igreja paroquial das Caxinas tornou-se uma referência daquela terra e da própria Arquidiocese de Braga.

«O mais importante é que ela continua a estar cheia de pessoas, não só desta paróquia como de outras provenientes das mais diversas partes», destacou monsenhor Domingos Ferreira de Araújo.

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Agência ECCLESIA

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