Alerta do presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social
D. Carlos Azevedo defendeu esta Quinta-feira que eventuais abusos na utilização do Rendimento Social de Inserção não justificam cortes nesta prestação social.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social entende que esta é uma “ajuda fundamental” para quem é particularmente afectado pela pobreza, mas deve servir “para que as pessoas possam sair dessa situação de dependência”.
Falando no final de uma reunião extraordinária do Conselho Consultivo da Pastoral Social, o Bispo auxiliar de Lisboa lamentou que haja mais atenção a eventuais transgressões nestas matérias do que a gestores que ganhavam “ordenados fabulosos” e cometeram actos lesivos sem qualquer castigo.
Para D. Carlos Azevedo, o Rendimento Social de Inserção é “um contributo fundamental deste rendimento para muitas situações graves, por isso ele tem uma dimensão de partilha social que não se deve perder”.
O prelado indicou a necessidade de um “acompanhamento muito exigente” desta medida, frisando que, em muitas situações, se perde “o melhor das iniciativas por falta de vigilância das finalidades”.
Admitindo que possa haver “má aplicação” deste apoio social, o prelado convidou, contudo, a “ser honestos com a realidade”
“Houve pessoas que foram gravemente lesivas, como grandes gestores que ganhavam ordenados fabulosos que permitiram que fossem ladrões dos outros; no entanto, isso não foi, muitas vezes, assumido como um crime”, constatou.
Este responsável declarou que “a caridade dos cristãos” não quer “só assistir, mas promover estruturas justas; não quer só distribuir, mas incluir”.
“Encorajamos as acções pessoais e comunitárias que, com imaginação e generosidade, atendem os mais necessitados no dia-a-dia e queremos dotá-los do seu contexto social para conhecerem as causas e estruturas que provocam tanta inumanidade”, referiu.