UE com as religiões na luta contra a pobreza

Comissão Europeia promoveu encontro com líderes religiosos, em Bruxelas

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, elogiou esta segunda-feira o papel das Igrejas e comunidades religiosas na luta contra a pobreza dentro da UE.

“As Igrejas e as comunidades religiosas são importantes fornecedores de serviços sociais nos Estados-membros da União Europeia. Se quisermos combater a pobreza de forma eficaz, é essencial aprender com a sua longa e abrangente experiência”, disse, num encontro com 22 representantes cristãos, judaicos, muçulmanos, sikh e hindus.

A iniciativa, que se repete pela sexta vez, teve como anfitriões José Manuel Durão Barroso, Jerzy Buzek, presidente do Parlamento Europeu, e Herman van Rompuy, presidente do Conselho Europeu.

Pela primeira vez, o encontro decorreu ao abrigo do novo contexto do Tratado de Lisboa, que no seu artigo 17 prevê um diálogo “aberto, transparente e regular” entre a UE e as comunidades religiosas.

A reunião desta Segunda-feira foi dedicada ao tema da pobreza, com Durão Barroso a deixar votos de que “à medida que a Europa recupera da crise”, surja uma nova geração “que integre os mais vulneráveis na sociedade”.

Presente no encontro, o Cardeal Peter Erdo, Arcebispo de Budapeste (Hungria) e presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), considerou que “a pobreza é não só uma questão de bens materiais, mas também uma questão antropológica”.

“Devemos procurar juntos o que é importante para o ser humano, o que é antropologicamente fundamental para o bem humano”, indicou.

No final do encontro, Durão Barroso, escusou-se a assumir uma posição sobre a proibição de símbolos religiosos, apontando que essa é uma questão da exclusiva competência dos Estados-membros da União Europeia, e não das instituições comunitárias.

O presidente da Comissão, que lançou a iniciativa dos encontros inter-religiosos em 2005, explicou que não ia tomar qualquer posição sobre o assunto, já que essa é uma questão de “competência nacional”.

Redacção/Lusa/RR

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