Processo foi mediado pelo arcebispo de Havana
O Governo de Cuba vai iniciar o processo de libertação de 52 presos políticos. Esta decisão saiu de um encontro realizado ontem, dia 7, entre o presidente Raul Castro, o cardeal cubano Jaime Ortega e o ministro das relações externas espanhol, Miguel Angel Moratinos.
Segundo um comunicado da Igreja de Havana, difundido pela agência EFE, cinco desses prisioneiros vão ser libertados nas próximas horas, com destino a Espanha. Os outros 47 poderão seguir o mesmo destino, num prazo de 3 meses.
Todos estes elementos fazem parte do chamado “grupo dos 75”. Tinham sido condenados, em 2003, a penas entre 6 e 28 anos de prisão.
A Igreja cubana classificou a medida de “muito positiva” e espera que o processo avance com agilidade. O diálogo entre a Igreja e as autoridades cubanas será “um processo para continuar”, de acordo com o bispo Jaime Ortega.
Por sua vez, o responsável pela diplomacia espanhola mostrou satisfação pela abertura de “uma nova etapa” rumo a uma solução definitiva para o problema dos presos políticos em Cuba.
De acordo com a Euronews, Miguel Angel Moratinos disse mesmo que “não há qualquer razão para que a União Europeia mantenha a chamada posição comum relativa a Cuba”, revelando que os 27 países membros poderão abandonar a atitude crítica em relação ao regime cubano.
O governo cubano começou a revelar maior abertura para o problema dos presos políticos em Maio, altura em que iniciou conversações com a Igreja Católica.
Recorde-se que o secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, D. Dominique Mamberti, já havia expressado, numa visita recente à região, a sua satisfação pela mudança de atitude do governo de Raul Castro.