Jovem algarvia parte em missão para a selva do Peru

Uma jovem de 20 anos da paróquia da Mexilhoeira Grande, vai em missão para a selva do Peru, durante mês e meio, colaborar com uma equipa da pastoral vocacional da província Mater Carmelli das Carmelitas Missionárias, num projecto que tem como objectivo “promover o desenvolvimento da comunidade a nível educacional, social, sanitário, cultural, religioso e de cuidados de saúde”.

Dina Rochate, estudante do 2.º ano de Ciências Biomédicas na Universidade do Algarve, vai, de 14 de Julho a 23 de Agosto, trabalhar voluntariamente no campo de trabalho de Nuevo Lima, em Bellavista, com mais 9 jovens (8 espanhóis e uma italiana) e duas irmãs Carmelitas Missionárias (de naturalidade espanhola e polaca).

O grupo, que inclui alguns professores, irá trabalhar sobretudo com mulheres e crianças numa altura em que estas estão em período de férias lectivas. Assim sendo, as crianças regressarão à escola para um reforço da alfabetização e para as aulas de Espanhol, Matemática, Educação Física, Informática e Música leccionadas pelos voluntários europeus.

Dina Rochate irá trabalhar concretamente na área em que se está a formar, a Saúde, e realizar alguns workshops com mães também sobre cuidados de saúde, higiene e nutrição. Para além disso, também a formação sobre Música será da sua responsabilidade, pois é outra das suas áreas de conhecimento, assim como Artes Manuais. Colaborará ainda, tal como os restantes voluntários, na actividade pastoral que incluirá a preparação de catequeses ou orações.

Apesar de contar ir desempenhar estas funções, a jovem algarvia ressalva à FOLHA DO DOMINGO que só quando chegar ao Peru saberá com certeza o que irá fazer. “Temos de nos adaptar às necessidades deles”, justifica.

Dina Rochate explica ainda que teve conhecimento da iniciativa através de um e-mail enviado pelas Carmelitas Missionárias e reconhece que a participação da sua irmã, há anos atrás, na primeira missão deste género organizada pelas Carmelitas Missionárias também ao Peru, a incentivou a participar também agora.

Para além do incentivo da irmã, Dina Rochate contou igualmente com o apoio da restante família, apesar de consciente do risco que uma missão deste género acaba sempre por implicar, e com o bom acolhimento da sua paróquia.

Os paroquianos colaboraram na venda de rifas para fazer face às despesas inerentes à viagem e as farmácias da freguesia ajudaram a conseguir a extensa lista de medicamentos que ficou encarregada de levar. Alguns foram ainda adquiridos com o apoio da Câmara Municipal de Portimão.

Para além destes apoios, Dina Rochate não teve mais nenhum, pelo que terá de custear a viagem de avião de Madrid-Lima (capital peruana) que ronda os 1300 euros, assim como a viagem aérea já dentro do Peru que custará mais 800 euros. O alojamento será em casas de camponeses e na sede das irmãs Carmelitas Missionárias.

Dina Rochate teve ainda de participar em dois encontros de formação em Barcelona (Espanha) e ser vacinada contra a febre tifóide, a febre-amarela, a hepatite A e fazer a profilaxia contra a Malária.

A jovem fez a antevisão da participação na experiência, manifestando vontade de querer “adquirir novos valores e uma nova cultura”. “Vivemos numa sociedade sufocante em que não há valores, pois as pessoas atropelam-se e não respeitam ninguém. Faz-nos falta ir lá fora e perceber que há mais mundo para além desta nossa «conchinha», onde há outras pessoas a precisar de nós”, afirmou.

Garantindo querer inteirar-se do trabalho das irmãs carmelitas, a jovem não descarta para já a possibilidade de, no futuro, repetir a experiência de forma mais alargada no tempo. “Não tenho nada estipulado, mas se se proporcionar, gostava”, confessa.

A jovem, que já faz voluntariado há algum tempo, considera que o mesmo “é sempre um exemplo para os outros, sobretudo para os jovens, para que no seu dia-a-dia não se fechem só no seu grupo de amigos, da família, ou da escola, mas se dêem um bocadinho mais aos outros”. “Espero puxar pelos jovens, para ver se desperto também neles este sentimento”, acrescentou.

Determinada em partir para o Peru para participar nesta iniciativa apoiada pelo PROKARDE – Promoção Carmelita de Ajuda ao Desenvolvimento, uma ONG criada pelas Carmelitas Missionárias que promove o desenvolvimento dos povos em países subdesenvolvidos, Dina Rochate confessou serem “os bichos” o seu principal receio nesta experiência.

No último domingo, recebeu uma bênção especial do seu pároco em nome de toda a paróquia e foi, no decurso da celebração eucarística, formalmente enviada em missão.

Samuel Mendonça

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