Pela primeira vez em três décadas, um Cardeal celebrou em Roma uma Missa segundo o Rito de São Pio V – em latim, e olhando para o oriente, de costas para o povo -, rito esse que precedeu o da reforma litúrgica trazida pelo Concílio Vaticano II. «O antigo rito romano conserva o direito de cidadania dentro da Igreja e não se pode considerar extinto», afirmou o cardeal Castrillón no sermão da Eucaristia a que presidiu no passado dia 24 de Maio. Para o Cardeal, «o que une a diversidade de ritos é a mesma fé no mistério eucarístico». Com este gesto, segundo explicou nas vésperas o celebrante, o cardeal Dario Castrillón Hoyos, prefeito da Congregação para o Clero e presidente da Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei», respondeu a pedidos de fiéis provenientes de todo o mundo, que se valem do indulto para a celebração da Missa segundo esse rito e que querem honrar João Paulo II por ocasião de seus 25 anos de pontificado. A celebração em rito tridentino contou com a assistência de cinco cardeais, os norte-americanos Bernard F. Law (arcebispo emérito de Boston) e William W. Baum (penitenciário maior emérito); o chileno Jorge Arturo Medina Estévez, prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; o austríaco Alfons Maria Stickler, arquivista e bibliotecário emérito da Santa Romana Igreja; e o malgaxe Armand Gaétan Razafindratandra, arcebispo emérito de Antananarivo. A Missa, que foi precedida pela oração do Rosário (no ano dedicado a esta prática pelo Papa), celebrou-se significativamente no dia da festa de Maria Auxiliadora dos Cristãos. Foi o Papa Pio V (cujo pontificado aconteceu entre 1566 e 1572), que em lembrança da intercessão de Maria contra os turcos na Batalha de Lepanto inseriu a invocação de «Auxilium Christianorum».
