Papa reuniu-se com arcebispo ortodoxo de Chipre, Crisóstomo II
Bento XVI considera que «ninguém pode ficar indiferente às múltiplas necessidades dos cristãos» do Médio Oriente, a fim de que “estas antigas Igrejas possam viver na paz e na prosperidade”.
No encontro que teve na manhã de Sábado com o arcebispo ortodoxo de Chipre, Crisóstomo II, o Papa lembrou que a ilha “é tradicionalmente considerada como uma parte da Terra Santa”, pelo que o “conflito permanente” na região deve preocupar “todos os discípulos de Cristo”.
As comunidades cristãs de Chipre podem tornar-se “um espaço muito propício à cooperação ecuménica através da sua oração e empenhamento solidário pela paz, reconciliação e estabilidade destas regiões abençoadas pelo Príncipe da Paz durante a sua vida terrestre”, salientou Bento XVI.
Na sua alocução, o Papa reconheceu o apoio que a Igreja ortodoxa de Chipre tem dado ao diálogo ecuménico e fez votos para que seja possível alcançar “uma comunhão plena e visível entre as Igrejas Orientais e Ocidentais”.
“Uma comunhão – explicitou Bento XVI – que deve ser vivida na fidelidade ao Evangelho e à tradição apostólica, no respeito das tradições próprias no Oriente e no Ocidente, e na abertura à diversidade dos dons através dos quais o Espírito faz crescer a Igreja na unidade, santidade e paz”.
O Papa recordou que o “espírito de fraternidade e de comunhão” que as Igrejas procuram a nível teológico encontrou outra expressão na “generosa contribuição” que Crisóstomo II enviou, em nome da Igreja de Chipre, às vítimas do tremor de terra que afectou a região italiana de L’Aquila em Abril de 2009.
Numa ilha dividida em dois territórios, independentemente administrados por um Governo cipriota grego e por um Governo cipriota turco, a que correspondem duas maiorias religiosas – respectivamente cristã e islâmica – Bento XVI apelou à reconciliação.
O Papa pediu a ajuda de Deus para que “todos os habitantes de Chipre tenham a sabedoria e a força necessárias para trabalhar em conjunto para uma justa resolução dos problemas que até agora permanecem sem solução”, construindo uma sociedade caracterizada pelo “respeito dos direitos de todos, incluindo os direitos inalienáveis à liberdade de consciência e de culto”.
Depois de lembrar a visita que Crisóstomo II lhe fez há três anos, no Vaticano, Bento XVI saudou o “Santo Sínodo” (órgão colegial da Igreja Ortodoxa) e “todos os padres, diáconos, monges, monjas e fiéis leigos da Igreja de Chipre”.