Porto celebrou Dia Diocesano da Família

«Muitos divórcios acontecem porque começou por não haver casamento, e muito menos sacramento do Matrimónio», afirmou D. Manuel Clemente

O Pavilhão Rosa Mota recebeu este Domingo o Dia Diocesano da Família, numa celebração que deu relevo aos casais que em 2010 assinalam 10, 25, 50, 60 e mais anos de casados.

Em entrevista à ECCLESIA, o bispo do Porto, salientou que os aniversários matrimoniais revelam a importância da persistência pessoal aliada à acção sobrenatural de Deus.

Para D. Manuel Clemente, a presença dos casais é “uma enorme manifestação da vitória da Graça, do amor e de como as crises se ultrapassam”, constituindo uma demonstração “da vitalidade familiar”.

A celebração pública das bodas matrimoniais representa também “uma grande oferta à sociedade, porque se ela não se reencontrar na base familiar, que é de onde todos nós partimos, terá muita dificuldade em definir-se e aguentar-se”, sublinhou o prelado.

Depois de frisar a insuficiência das uniões baseadas apenas na afectividade, D. Manuel Clemente referiu que “falta a aprendizagem de uma afectividade amadurecida no serviço”.

“Dá-me ideia que muitos divórcios acontecem porque começou por não haver casamento, e muito menos sacramento do Matrimónio”, afirmou o bispo do Porto, assinalando que muitos casais ignoram a necessidade de um percurso baseado “na compreensão mútua, no serviço do outro e na abertura à vida”.

O Dia Diocesano da Família, que este ano foi dedicado ao tema “Matrimónio: Um sim para a missão”, decorreu no Domingo em que a Igreja celebrou a festa da Santíssima Trindade – Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo.

A importância da comunhão familiar foi acentuada pelo prelado: “É muito importante para a sociedade actual a percepção de que não nos resolvemos como indivíduos e suportes de afectos transitórios, mas como pessoas, ou seja, seres em relação, porque essa é que é a base da nossa convivência social”.

“Por isso – prosseguiu – a família tem um lugar fundamental porque é a primeira relação que nós temos e é onde nos descobrimos como pessoas na variedade inter-geracional.”

D. Manuel Clemente escusou-se comentar a promulgação, por parte de Cavaco Silva, da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a reacção de D. José Policarpo: “Ouvi o que disse o senhor Cardeal Patriarca e ouvi o que disse o senhor Presidente da República. Da minha parte não tenho nada a acrescentar”.

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