«Pela sua identidade cultural, de católico, penso que precisava de marcar uma posição também pessoal», defende Cardeal Patriarca
O Cardeal Patriarca esperava que Cavaco Silva “usasse o veto político” na lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo e acredita que se o tivesse feito “ganhava as eleições” presidenciais do próximo ano.
“Pela sua identidade cultural, de católico, penso que precisava de marcar uma posição também pessoal”, diz D. José Policarpo, que não compreende as razões invocadas pelo presidente da República quando anunciou a promulgação da lei.
“O discurso levava a uma conclusão que depois não aconteceu. Temos muita dificuldade em ver como é que um veto político vinha prejudicar a crise económica. Aquela relação lógica causa-efeito a mim não me convenceu”, referiu o prelado à Rádio Renascença.
No entender de D. José Policarpo, “o argumento principal não era o da eficácia política, era um gesto dele como pessoa, como presidente que foi eleito pelos portugueses e pela maioria dos votos dos católicos portugueses, que se distanciasse pessoalmente: quando assinasse era mesmo porque tinha de ser e naquela altura não tinha de ser”.
Ao pronunciar-se sobre a visita do Papa Bento XVI a Portugal, o Cardeal Patriarca considera que abriu um momento de entusiasmo em relação à Igreja, que precisa de pessoas que mostrem como é “entusiasmante viver o Evangelho na vida de hoje”.
D. José Policarpo alerta para a necessidade de os leigos assumirem cada vez mais a gestão de instituições sociais ligadas à Igreja, de forma a deixar tempo aos padres para desempenharem o seu papel de pastores.