A tonalidade original da peregrinação dos militares a Lourdes

No entanto «há uma carga forte de repetição» alerta o bispo das Forças Armadas e de Segurança

Todos os anos, no mês de Maio, realiza-se a Peregrinação Militar Internacional ao Santuário de Lourdes (França). D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas e de Segurança, realça à Agência ECCLESIA que “há uma carga forte de repetição, mas, antes de qualquer peregrinação, penso sempre que consigamos ter algo de novo”.

A 52ª Peregrinação Militar Internacional a Lourdes, de 20 a 25 de Maio, é subordinada ao tema «O Sinal da Cruz» e conta com cerca de 600 portugueses.

Com mais de vinte peregrinações ao Santuário de Lourdes, D. Januário Torgal Ferreira realça que, todos os anos, esta caminhada espiritual reúne pessoas que “vão mudando, que se vão renovando nos seus quadros militares”. “Oferece sempre uma tonalidade muito própria e original” – esclarece.

Com representações de mais de trinta países, a Peregrinação Militar Internacional tem dimensões “muito vivas: de alegria, jovialidade, de bandas militares, de cânticos e uma liturgia muito rica”. Apesar desta riqueza, o bispo das Forças Armadas e de Segurança reconhece que “há o perigo do folclore” litúrgico. E adianta: “este fascínio que prende as pessoas deve ser um ponto de partida evangelizador”.

Aproveitar a peregrinação a Lourdes “para refazer o tecido das unidades militares” é um dos “sonhos” do Bispo das Forças Armadas. A peregrinação a este santuário mariano deve ser “um ponto de chegada ao fim do ano pastoral” e, em simultâneo, um ponto de partida. “Tenho que confessar que estes meus sonhos e propósitos nem sempre foram realizados” – esclarece.

Um dos segmentos “mais pesados” na pastoral e também social é “não gostarmos da avaliação”. “Não queremos mostrar os vazios ou a nudez de determinados planos” – lamenta D. Januário Torgal Ferreira.

Actualmente, o prelado português é o «decano» dos bispos europeus neste sector da pastoral. Em tempo de avaliação, D. Januário Torgal Ferreira considera que “valeu a pena” este esforço, “se conseguirmos dar a volta nesse sentido pragmático sem querer defender uma pastoral de receitas que me repugna profundamente”.

Ao olhar para o aglomerado de militares que estão na peregrinação a Lourdes, o bispo da diocese das Forças Armadas e de Segurança alerta para o caminho que falta percorrer: “Constituir um pequeno embrião, um curso ou uma catequese para adultos”. E conclui: “não seria possível dar a estas pessoas alguns recursos culturais, de vida culto e de oração?”.

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