Bento XVI recebe Chaves da Cidade, uma peça de porcelana com as Armas da Cidade e uma obra literária constituída por uma antologia de verso e prosa sobre o Porto, coordenada por Eugénio de Andrade.
O Presidente da Câmara do Porto entregou ao Papa Bento XVI as Chaves da Cidade, símbolo de honra que traduz a deferência máxima reconhecida pelo Presidente do Executivo às personalidades que, pelo seu prestígio e pela sua acção, tenham colocado o nome da Cidade e do País nos mais elevados patamares do Mundo.
Em comunicado, a Câmara Municipal do Porto reconhece que “a visita de Bento XVI ao Porto é um acontecimento de absoluta excepcionalidade, pelo que confere ao acto de entrega das Chaves da Cidade um elevado grau de solenidade, e uma rigorosa selectividade na designação dos galardoados com este símbolo honorífico”.
As Chaves da Cidade foram entregues pelo Presidente da Câmara ao Sumo Pontífice na cerimónia de recepção privada que ocorreu no átrio dos Paços do Concelho, imediatamente após a entrada do Papa Bento XVI no edifício, e ainda antes da celebração da Missa Solene.
Nesta cerimónia de boas-vindas o Presidente da Câmara explicou ao Papa as ofertas que estava a receber, falando com Bento XVI em alemão. O Papa recebeu também uma peça de porcelana com as Armas da Cidade e uma obra literária constituída por uma antologia de verso e prosa sobre o Porto, coordenada por Eugénio de Andrade.
Taça de Porcelana da Vista Alegre
A peça que habitualmente o Município oferece aos Chefes de Estado em visita oficial ao Porto é uma taça em porcelana portuguesa Vista Alegre, pintada à mão com as cores da Cidade, com base em prata portuguesa manufacturada e com as Armas da Cidade.
As Armas da Cidade, pintadas no seu fundo, são de azul com um castelo de ouro, constituído por um muro ameado e flanqueado por duas torres ameadas, aberto e iluminado de vermelho, assente num mar de cinco faixas ondadas, sendo três de prata e duas de verde. Sobre a porta, e assente numa mísula de ouro, a imagem da Virgem com diadema na cabeça segurando o manto, tendo o Menino Jesus ao colo, vestidos de vermelho com manto azul, acompanhados lateral e superiormente por um resplendor que se apoia nas ameias do muro. Em chefe, dois escudos de Portugal antigo. Coroa mural de prata de cinco torres e Colar da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. Listel branco com os dizeres “Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto” a negro.
Antologia de Eugénio de Andrade
A terceira prenda oferecida ao Sumo Pontífice será a Antologia de verso e prosa, obra que constitui uma homenagem à Cidade do Porto, organizada e prefaciada por Eugénio de Andrade, e apelidada de “o mais belo retrato das pedras e das gentes do Porto”.
Eugénio de Andrade, poeta português, que criou no Porto as raízes mais firmes, percorreu com minúcia tudo quanto na literatura portuguesa havia de mais autêntico e que acentuasse a magnitude do Porto Cidade, reflectida numa síntese literária, plástica e gráfica, que originou a Antologia “DAQUI HOUVE NOME PORTUGAL”
s textos, dos mais importantes autores portugueses de todos os tempos, juntamente com as ilustrações, as pinturas e fotografias e a sobriedade gráfica fazem desta obra um objecto único, de invulgar valor literário e artístico. Reflecte, sem dúvida, o que de mais de belo e artístico os escritores portugueses e contemporâneos realizaram.