Encontro de Bento XVI com o mundo da cultura é «ponte de diálogo entre dois sectores que estiveram de costas voltadas»

Recomeço oferece «terreno comum muito amplo, que tem de ser explorado»

Rui Vieira Nery acredita que o encontro do Papa com a cultura portuguesa é “uma ponte de diálogo importante entre dois sectores que estiveram de costas voltadas durante muitas décadas”.

Ao pronunciar-se sobre a sessão realizada na manhã de hoje em Lisboa, durante a qual Bento XVI se dirigiu ao mundo das artes, ciência e pensamento, o musicólogo considerou que este recomeço oferece “um terreno comum muito amplo, que tem de ser explorado”.

O vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, Pe. Peter Stilwell, gostaria que o Papa ajudasse a Igreja Católica a compreender a urgência de a fé se “articular com uma razão que se debruça sobre a realidade social, política e económica”.

O director da Faculdade de Teologia daquela Universidade alertou que é necessário “superar as nossas visões sempre particularistas e circunstanciadas da vida”, que conduzem “muitas vezes à criação de inimigos que não são mais do que a projecção das nossas ideologias e das nossas pequenas visões do mundo”.

Vera Jardim, deputado do PS, considerou que o Papa “é um homem que tem um pensamento próprio sobre o mundo de hoje” e o sociólogo Paquete de Oliveira sublinhou que Bento XVI “é um grande líder mundial”.

O provedor do espectador da Rádio e Televisão de Portugal defendeu que a conjuntura actual reclama “líderes que consigam fazer todo o possível para que o rumo das coisas tome outra direcção”.

“Vir a um encontro destes – acrescentou – é uma maneira de manifestarmos activamente a nossa colaboração, para que Bento XVI encontre essa força de mudança e possa efectivamente usá-la”.

Para o director do Diário de Notícias, João Marcelino, esta sessão enquadra-se na presença do Papa em Portugal, “que tenta promover a humanidade e o amor”.

O jornalista está convicto de que a afirmação destes valores “é bastante importante na fase actual da sociedade portuguesa”, marcada, como o resto do mundo, pela “crise económica”, que “lança sempre alguns problemas sobre a nossa convivência”.

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