Bento XVI destaca «alma portuguesa»

Papa cita Camões e lembra de novo epopeia dos Descobrimentos

Bento XVI deixou hoje rasgados elogios à “alma portuguesa”, considerando que o país tem uma “forte tradição cultural”.

Num encontro com representantes do pensamento, da ciência, da cultura e da arte em Portugal, o Papa mostrou a sua admiração pelo “sentido da vida e da história, de que fazia parte um universo ético e um «ideal» a cumprir por Portugal, que sempre procurou relacionar-se com o resto do mundo”.

A cerimónia contou com uma saudação de D. Manuel Clemente, enquanto presidente da comissão episcopal responsável pela área da cultura, e do cineasta Manoel de Oliveira, a quem Bento XVI manifestou “admiração e afecto”.

Nestes discursos, disse o Papa, transpareceram “ânsia e disposições da alma portuguesa no meio das turbulências da sociedade actual”.

“Esta é uma hora que reclama o melhor das nossas forças, audácia profética, capacidade renovada de «novos mundos ao mundo ir mostrando», como diria o vosso Poeta nacional”, afirmou, citando uma passagem de “Os Lusíadas”, de Luís de Camões.

Como aconteceu no primeiro dia visita, Bento XVI evocou a epopeia dos Descobrimentos e a marca cristã na “tradição cultural portuguesa”.

O Papa disse que os descobridores e missionários eram movidos por “um sentido de responsabilidade global” que nasce da “milenária influência do cristianismo”.

“O ideal cristão da universalidade e da fraternidade inspiravam esta aventura comum, embora a influência do iluminismo e do laicismo se tivesse feito sentir também”, declarou.

Esta tradição originou, segundo Bento XVI, “aquilo a que podemos chamar uma «sabedoria»” que não deve ser esquecida.

“Um povo, que deixa de saber qual é a sua verdade, fica perdido nos labirintos do tempo e da história, sem valores claramente definidos, sem objectivos grandiosos claramente anunciados”, alertou.

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