Bento XVI fala em «filhos insubmissos» e «rebeldes» na Igreja, mas diz que ela resistirá a qualquer «força adversa»

Missa em Lisboa com apelos a uma acção renovada dos católicos

Bento XVI admitiu hoje que a Igreja tem “filhos insubmissos e até rebeldes”, mas assegurou que “nenhuma força adversa poderá jamais destruir a Igreja”.

Esta última passagem da homilia papal foi sublinhada com palmas dos que se reuniram no Terreiro do Paço, em Lisboa.

“A nossa fé tem fundamento, mas é preciso que esta fé se torne vida em cada um de nós”, disse o Papa.

Na primeira Missa a que presidiu em solo português, Bento XVI afirmou ser “cada vez menos realista” pressupor a existência da fé entre os que se afirmam católicos.

“Muitas vezes preocupamo-nos afanosamente com as consequências sociais, culturais e políticas da fé, dando por suposto que a fé existe, o que é cada vez menos realista”, indicou.

Perante vários milhares de pessoas, Bento XVI evocou santos e mártires da Cidade, referindo que ao olhar para eles “esta Igreja local concluiu justamente que a prioridade pastoral hoje é fazer de cada mulher e homem cristão uma presença irradiante da perspectiva evangélica no meio do mundo, na família, na cultura, na economia e na política”.

Os nomes elencados foram os dos mártires da cidade de Lisboa (Veríssimo, Máxima e Júlia), o diácono São Vicente (padroeiro principal do Patriarcado), Santo António, São João de Brito ou o Santo Condestável, canonizado em 2009.

O Papa admitiu que se colocou “uma confiança talvez excessiva nas estruturas e programas eclesiais, na distribuição de poderes e funções”.

“É preciso voltar a anunciar com vigor e alegria o acontecimento da morte e ressurreição de Cristo, coração do cristianismo, fulcro e sustentáculo da nossa fé, alavanca poderosa das nossas certezas”, disse aos fiéis presentes.

Bento XVI deixou uma palavra particular aos jovens que compareceram na cerimónia, pedindo que transmitam aos outros como “é belo ser amigo de Jesus” e que “vale a pena segui-lo”.

“Com o vosso entusiasmo, mostrai que entre tantos modos de viver que hoje o mundo parece oferecer-nos – todos aparentemente do mesmo nível -, só seguindo Jesus é que se encontra o verdadeiro sentido da vida”, apelou.

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