Centro Cultural em português em plena Roma

O reitor do Instituto Português de Santo António (IPSA), Mons. Agostinho Borges, quer que este espaço se assuma cada vez mais como o núcleo central da presença portuguesa em Roma.

 “Mostrar um pouco do que é Portugal” é o lema deste responsável, o qual assegura que em resultado das iniciativas do Instituto tem sido possível “espicaçar a curiosidade de conhecer” o nosso país entre os habitantes da capital italiana.

Localizado na “Via dei Portoghesi” (rua dos portugueses), o IPSA procura adaptar aos dias de hoje uma presença que remonta a 1440 e se liga ainda à adjacente igreja de Santo António.

Antigo espaço de acolhimento para peregrinos, este complexo lusitano no coração histórico da cidade teve de procurar novas soluções, até porque a comunidade portuguesa ali não é muito numerosa.

O caminho passou pela aposta na actividade cultural e de divulgação da língua, com conferências, exposições e a valorização do arquivo histórico, que fazem do IPSA um verdadeiro centro cultural português.

A biblioteca especializada tem um fundo de 10 mil volumes – incluindo a primeira edição dos Sermões do Padre António Vieira – que será reforçado com mais 20 mil doados pela falecida professora Luciana Stegagno Picchio, principal especialista italiana de Estudos Portugueses e Brasileiros.

Mons. Agostinho Borges, também o adido cultural da embaixada de Portugal junto da Santa Sé, assinala que tem procurado “encorajar artistas portugueses a virem expor” à capital italiana.

Aos 52 anos, o padre natural de Vila Pouca de Aguiar trabalhou já com comunidades portuguesas em Paris e, há década e meia, em Roma, considerando que existe um “orgulho” especial em ser português fora do país.

Exemplo disse mesmo, assinala, é o facto de os portugueses da capital estarem a “torcer” pelo sucesso de José Mourinho, treinador do Inter de Milão.

O orgulho em ser português, contudo, não se limita ao futebol: Mons. Agostinho Borges assegura que o novo órgão de tubos da igreja de Santo António dos Portugueses, inaugurado em finais 2008, é “único” em Roma.

O projecto foi encomendado a um organista francês, Jean Guillou, que criou uma verdadeira “orquestra”, segundo Mons. Agostinho Borges.

Os concertos semanais têm sempre “lotação esgotada” e o Reitor do IPSA não esconde a satisfação com o sucesso, que aconteceu “em pouco tempo”.

A referência a figuras portuguesas é bem visível na igreja barroca – ornamentada com mais de 30 tipos de mármores -, com destaque para Santo António de Lisboa e Afonso Henriques, mas também nos espaços do IPSA, que recorda antigos benfeitores como Dona Guiomar, nobre de Lisboa do séc. XIV ou D. Antão Martins de Chaves, bispo do Porto falecido em Roma no ano de 1447.

Aos Domingos, é celebrada Missa em português para algumas dezenas de emigrantes e peregrinos que estejam de passagem pela capital italiana.

Octávio Carmo, da Agência Ecclesia, em Roma

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