O Papa também trará um presente para cada Diocese que visita
Bento XVI vai receber na diocese de Lisboa uma relíquia de São Vicente, padroeiro da cidade.
A confirmação foi dada à Ecclesia pelo coordenador geral da Comissão da organização da visita de Bento XVI a Portugal, D. Carlos Azevedo.
A troca de presentes é um acto cordial e habitual nas deslocações e encontros de Bento XVI, tanto no Vaticano como no estrangeiro.
Segundo o coordenador geral da visita, o Papa irá trazer um presente para cada diocese e a diocese de Lisboa “vai dar-lhe também um presente”.
Uma relíquia é um objecto preservado com o propósito de ser venerado religiosamente. Normalmente trata-se de uma peça associada a uma história religiosa, mas pode também ser um objecto pessoal, partes do corpo de um santo ou de uma personagem sagrada.
As relíquias são usualmente guardadas em receptáculos próprios chamados relicários.
Vicente, um jovem diácono da Igreja de Saragoça, morreu mártir em Valência, Espanha, no ano de 304, durante a perseguição aos cristãos, depois de sofrer cruéis torturas.
Segundo Prudêncio, um poeta cristão da Antiguidade, os restos mortais de Vicente foram mandados lançar aos pântanos, fora dos muros da cidade, para que fossem devorados por animais mas, os seus restos foram protegidos por corvos, que impediram a profanação do corpo.
A tentativa de recuperação do corpo foi ordenada por D. Afonso Henriques, que mandou construir o Mosteiro de São Vicente de Fora em 1147, no cumprimento de um voto dirigido a São Vicente pelo sucesso da conquista de Lisboa aos mouros.
O corpo do mártir chega a Lisboa no dia 15 de Setembro de 1173 e é depositado em Santa Justa. No dia seguinte é trasladado para o altar-mor da Sé e do Algarve chega tudo o que pertencia ao mártir.
Parte das relíquias de São Vicente ainda existem hoje na Sé de Lisboa. A sua festa é assinalada a 22 de Janeiro.
São Vicente é iconograficamente representado com a barca que o transportou e os corvos, ambos emblema da cidade de Lisboa.
O Mosteiro São Vicente de Fora, sede actual do Patriarcado de Lisboa, é monumento nacional desde 1926.