Número de abortos registados em Portugal aumentou em 2009

De acordo com um relatório da Direcção Geral da Saúde, o número de interrupções voluntárias da gravidez foi no ano passado de cerca de 19 mil, mais um milhar que no ano anterior.

São elementos conhecidos na altura em que passam dois anos sobre a publicação da lei que legalizou a interrupção voluntária da gravidez.

Os hospitais públicos realizaram quase 70% das intervenções, o sector privado os restantes 30%.

Os dados oficiais revelam ainda que uma em cada quinze mulheres realizaram já aborto a pedido pela segunda vez, uma situação que é fortemente criticada por Luís Graça, director do Serviço de Obstetrícia do Hospital de Santa Maria.

“É uma situação que lamentamos. A meu ver isto significa uma grandíssima falta de informação sobre os métodos anti-conceptivos, e até uma falta de respeito da mulher pelo seu corpo. Nós aceitamos sempre, como o povo diz, à primeira qualquer cai, à segunda cai quem quer, por isso é aceitável para que se tenha de resolver uma situação de uma gravidez inesperada por as pessoas não estarem a fazer anti-concepção devida. Mas uma segunda, terceira ou até quarta interrupção no mesmo ano, como já aconteceu, significa um desrespeito destas mulheres por si próprias”

Luís Graça defende que a lei devia ser alterada para impor o pagamento de taxas moderadoras em casos de aborto, sobretudo nos casos em que as mulheres pedem para interromper uma segunda gravidez.

A Renascença tentou obter esclarecimentos junto do Ministério da Saúde, mas nem a ministra Ana Jorge, nem o Coordenador Nacional da Saúde Reprodutiva Jorge Branco estiveram disponíveis.

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Agência ECCLESIA

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