A abertura da China nos últimos 30 anos permite antever que a sua “maneira de governar” vai mudar, defende D. José Lai ao constatar que se está a caminhar no sentido da comunhão da Igreja Católica.
“Verificaram-se muitas mudanças na China, por exemplo, a abertura de muitas igrejas católicas e seminários e concessão de autorização a alguns seminaristas para estudarem no estrangeiro, porque eles (China) sabem que não se pode fechar tudo, a Igreja é universal, e os seminaristas e padres precisam de uma formação sólida”, constatou o bispo de Macau em entrevista à Agência Lusa.
D. José Lai sublinha “não ser profeta”, mas considera que se “está a “caminhar no sentido da comunhão de toda a Igreja Católica” ao defender que, “com um sistema baseado numa cada vez maior abertura e reforma, a China vai mudar a sua maneira de governar”.
O bispo de Macau considera este como o momento oportuno para se “unir as duas comunidades católicas na China”, com cerca de 12 milhões de católicos, ao constatar que “têm havido tentativas de diálogo, mas que existem impedimentos”, como a falta de confiança mútua e a interferência do Governo central, que “não facilita esse intercâmbio e comunicação”.
Por outro lado, defende, hoje “já não existe a necessidade de existir uma Igreja independente” (Patriótica), que o Papa já salientou “ser contrária à doutrina católica”, e a sua função “tem de mudar, porque não pode estar acima da Conferência Episcopal”.
D. José Lai deslocou-se, entre 22 e 24 de Março, ao Vaticano para uma reunião da comissão encarregue de estudar as questões da Igreja Católica na China, em que a formação do clero esteve no centro da agenda.
Macau aguarda ainda autorização para dar formação a seminaristas do continente chinês.
Redacção/Lusa