Secretário de Estado da Saúde diz que modelo arquitectónico é «inspirador» e satisfaz os objectivos da nova lei sobre assistência espiritual nos hospitais
O projecto do espaço de culto multi-confessional que vai ser construído no Hospital de São João (HSJ), no Porto, foi aprovado por unanimidade esta Terça-feira pelo Grupo de Trabalho Inter-Religioso que acompanha a aplicação da nova lei sobre a assistência espiritual e religiosa nas unidades de saúde.
A decisão, tomada numa reunião realizada no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, em Lisboa, incluiu o desejo de que o modelo arquitectónico, da autoria de Bernardo Abrunhosa de Brito, constitua uma referência para outros hospitais.
Durante o encontro, que contou com a participação de delegados de 10 confissões, o Secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, considerou que o projecto é “inspirador” e “satisfaz os objectivos” do novo Decreto-Lei sobre a assistência espiritual e religiosa nos hospitais.
O responsável governamental afirmou ser “excelente que o HSJ avance para este lugar multi-religioso, que traduz a sua preocupação com o todo da pessoa” e fez votos para que o projecto “possa constituir um ponto de referência para o diálogo inter-religioso na cidade do Porto”.
Óscar Gaspar referiu que o Ministério está consciente das implicações do novo ordenamento legal e quer criar condições para resolver as questões relativas ao acesso dos doentes à assistência espiritual e religiosa, reconhecendo a importância deste factor na prestação de cuidados médicos.
Perante a alternativa da construção de um espaço neutro ou multi-religioso equacionada por algumas unidades hospitalares, o Secretário de Estado considerou que “este exemplo convence” porque mostra “como um mesmo lugar pode ser comum e respeitador das singularidades”.
O Secretário de Estado assumiu o compromisso de “incorporar um espaço com este perfil nos novos hospitais e naqueles que conhecerão remodelações proximamente”, tendo também informado que vai ser alargado o prazo de aplicação do Decreto-Lei.
Para este efeito, o Ministério vai contactar as Administrações Regionais de Saúde e os Conselhos de Administração dos estabelecimentos hospitalares e nomeará um representante permanente no Grupo de Trabalho Inter-Religioso.