A visita da Imagem Peregrina de Fátima ao Seminário Diocesano do Funchal proporcionou, ontem, um encontro entre sacerdotes, Bispos e seminaristas. D. António Carrilho, Bispo local, classificou de “feliz” a iniciativa que se pode também enquadrar no Ano Sacerdotal em curso e no próximo Dia Mundial de Oração pelas Vocações.
Durante o período da Páscoa, a Imagem Peregrina de Fátima visita alguns instituições da nossa região e diocese, a fim de proporcionar um acolhimento junto das pessoas que por eventuais impossibilidades não possam deslocar-se às paróquias, neste caso, doentes ou idosos, nos lares e hospitais; momentos especiais de reflexão estão também previstos para estes dias nos mosteiros e seminários.
Nesta nova etapa, o Seminário Diocesano do Funchal foi a primeira instituição a acolher Nossa Senhora (desde o passado domingo até hoje), e convidou ontem os sacerdotes que se ali se formaram para um encontro de oração e celebração, com a participação dos Bispos D. António Carrilho e D. Teodoro Faria, e actuais seminaristas.
“Uma feliz iniciativa”, classificou o Bispo do Funchal este evento. “Todos beneficiam de um tempo de meditação, oração e celebração em conjunto. Estamos na Quaresma, em pleno Ano Sacerdotal, e este encontro junto de Nossa Senhora é muito importante, na medida em que proporciona uma oportunidade especial para melhor interiorizarmos o nosso ministério de estar ao servir dos outros, sem prescindirmos de um tempo para nós próprios”, disse D. António Carrilho ao “Jornal da Madeira”.
O Seminário cumpre assim a sua função de “congregar todos quantos aqui viveram, durante muitos anos, no caminho do discernimento e formação vocacional”; e junto de Nossa Senhora, que “recebeu um chamamento especial para dar Cristo ao mundo”, também “consideramos que a vocação sacerdotal é sem dúvida um grande serviço e ministério que vamos assumindo por chamamento de Deus, para colocar realmente Cristo no centro e no coração do mundo”, acrescentou.
Ainda em relação ao encontro de ontem no Seminário diocesano, o Bispo do Funchal deixou como mensagem o tema proposto pelo Papa para o próximo Dia Mundial de Oração pelas Vocações – O testemunho suscita vocações.
“Penso que é importante, desde já, que nos preparemos para esse dia, interiorizando também este dinamismo do testemunho”.
Em concreto, “no Evangelho verificamos que uns levaram outros ao encontro de Jesus e à descoberta da sua vocação. Na vida, sabemos quanto influi o testemunho de alguém, o seu modo de viver o sacerdócio, a palavra que nos dirige, o acompanhamento dado. Acentuar a importância do testemunho em aspectos diversos, na linha da oração, do serviço, da dedicação e da vivência em comunhão, é fundamental, porque, como se dizia na meditação de hoje, não pode vestir a veste de Cristo quem divide ou rasga a unidade da Igreja”, sublinhou D. António Carrilho.
O “dia do clero” no Seminário, junto da Imagem Peregrina de Fátima, incluiu ainda uma “meditação teológica” com os padres feita por D. Teodoro Faria. “A meditação versou sobre aquilo que é central no Evangelho de São João, isto é, a função de Maria e de João na Igreja”.
O Bispo emérito do Funchal desenvolveu o tema com base em “cinco cenas, a partir de Jesus na cruz”, em que foi dada a conhecer “a missão messiânica e cristológica para a qual Ele foi enviado pelo Pai”.
No contexto do Novo Testamento, “Maria é apresentada como filha de Sião – a mulher que no Antigo Testamento gerou os bons filhos para Israel”, e que agora “vai gerar os novos filhos para a Igreja, os da missão recebida de Jesus na cruz. E João, o discípulo amado, vai representar toda a comunidade, toda a colectividade, onde o que interessa é a missão e não propriamente o nome”, explicou ao JM.
O encontro terminou com a celebração da eucaristia na Capela do Seminário e um almoço/convívio entre os participantes.