Denunciar erros e não propor soluções pode ser hipocrisia, diz bispo da Guarda
Na catequese quaresmal deste Domingo, o bispo da Guarda salientou que o perdão continua a ser, “ontem como hoje”, o caminho mais indicado para promover a coesão social.
D. Manuel Felício salientou que a reconciliação pede “mudança de atitudes e comportamentos”, pelo que “a lei do mais forte tem de ser substituída pela lei da relação gratuita e da cooperação” e o “princípio da competitividade (…) precisa de ser regulado sobretudo pelo princípio da solidariedade”.
“Uma sociedade reconciliada é uma sociedade em contínuo processo de sanação, em que se estimulam as boas práticas e se corrigem, quanto possível, os erros cometidos e suas consequências nefastas”, referiu o prelado.
Na análise do presidente da Comissão Episcopal da Doutrina da Fé e Ecumenismo, esta atitude não implica “que as pessoas não assumam as responsabilidades” pelos “prejuízos causados a outros”.
O bispo da Guarda defendeu que além de denunciar as falhas, é necessário apontar soluções para uma “autêntica humanização” da sociedade, dado que “condenar os erros efectivamente cometidos sem nada ter feito para motivar os caminhos do bem e ajudar as pessoas a percorrê-los com alegria e entusiasmo pode ser mais uma forma de hipocrisia social”.
Depois de recordar que para os cristãos a relação com Jesus é “determinante” para a reconciliação, D. Manuel Felício apelou ao envolvimento na “vida da Igreja” e à adesão aos sacramentos, que definiu como “caminhos escolhidos pelo próprio Cristo para transformar a nossa vida pessoal e a vida de todas as pessoas e do mundo”.