Catequese quaresmal aprofunda imagem do «Bom Pastor»
Na catequese quaresmal deste Domingo, o Cardeal Patriarca propôs uma meditação sobre a imagem do pastor que guarda as suas ovelhas, sugerindo que a actuação do clero deve inspirar-se nesta representação.
Depois de recordar que este motivo foi utilizado desde o Antigo Testamento para evidenciar o amor de Deus pelo povo, D. José Policarpo sublinhou que Jesus “não hesita” em aplicar esta linguagem à sua pessoa.
O compadecimento “perante a multidão porque esta parece um rebanho sem pastor” ou a “procura da ovelha perdida” são textos que para o Cardeal Patriarca “exprimem uma grande ternura”, “suscitam a confiança de quem se sente amado” e revelam que Cristo “dá a vida” por quem o segue.
Continuando a aprofundar a metáfora pastorícia, a catequese recordou que Jesus é também a porta e o espaço onde as ovelhas “se reúnem, se abrigam, descansam, se sentem protegidas”.
Este rebanho não é apenas composto por quem está ligado ao âmbito eclesial: Jesus “vai à procura daqueles que ainda estão fora”, pelo que os padres, inspirados no seu exemplo, devem ir ao encontro “dos que se desviaram ou nunca vieram”.
A atenção que a Igreja dá ao mundo é especialmente assinalada em cada missa, onde “a humanidade é amada com a intensidade do amor de Cristo por cada comunidade que a celebra”.
O clero, inspirado e chamado por Cristo, deve identificar-se com Ele e fazer sentir, em especial “aos pobres, aos pequeninos, aos mais fracos” que são amados por Deus, sem todavia desprezar ninguém nem usar “o seu ministério para proveito próprio”, salientou o Cardeal Patriarca.
Para D. José Policarpo, a imagética pastoril pode inspirar a renovação da acção eclesial no que diz respeito à acção dos padres, transformando-se “na grande interpelação do Ano Sacerdotal”.
Como guia e guardador do rebanho, o padre-pastor deve ter “a coragem de indicar, à luz da fé, o caminho a seguir”, sabendo “dizer a verdade com amor”, ao mesmo tempo que “vigia, está atento” e “avisa dos perigos”.