Nota do Pe. Federico Lombardi destaca resposta pronta dada pelas Igrejas da Europa Central nestes casos
O porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, negou em comunicado que a Igreja Católica esteja a colocar obstáculos às investigações de abusos sexuais a menores em vários países da Europa Central.
Segundo este responsável, as Conferências Episcopais da Alemanha, Áustria e Holanda, entre outras entidades eclesiais, “responderam à manifestação do problema com rapidez e determinação”.
A ministra da Justiça alemã acusara esta Segunda-feira o Vaticano de bloquear as investigações de abusos sexuais a menores.
“Em muitas escolas e instituições houve uma espécie de muro de silêncio, que impediu que as informações chegassem à Justiça”, disse Sabine Leutheusser-Schnarrenberger em entrevista à rádio “Deutschlandfunk”.
Falando da “gravíssima questão dos abusos sexuais de menores” em instituições administradas pela Igreja, o Pe. Lombardi diz que têm sido dadas provas de “vontade e transparência”.
Estes gestos, sublinha o director da sala de imprensa da Santa Sé, “aceleraram de alguma forma a expressão do problema, convidando as vítimas a falar quando se tratava de casos sucedidos há mais tempo”.
Para o Vaticano, “o ponto de partida correcto é o reconhecimento do que aconteceu e a preocupação com as vítimas e as consequências dos actos perpetrados contra elas”, procurando que no futuro “não se repitam estes factos gravíssimos”.
Após os casos acontecidos na Irlanda, com os quais o Papa mostrou a sua preocupação junto do respectivo episcopado, a nota do Vaticano sublinha que o direito canónico tem “procedimentos judiciais e penais” próprios para estas situações.
Neste contexto, é citada a Carta “De delictis gravioribus” de 2001, assinada pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, que o Pe. Lombardi diz ter sido “um sinal decisivo para recordar ao episcopado a gravidade do problema”.
A nota divulgada esta Terça-feira conclui com votos de se façam “todos os possíveis” para proteger melhor os jovens e crianças “na Igreja e na sociedade” e de que se verifique uma “purificação da própria Igreja”.
“As pessoas objectivas e informadas sabem que a questão é muito mais ampla. Centrar as acusações apenas na Igreja leva a distorcer a perspectiva”, indica o porta-voz do Vaticano.