Uma reorganização do maior Arciprestado da Arquidiocese, e do país, está a dar os primeiros passos, seguindo pela via das «unidades pastorais». Porque a realidade se impõe – um vasto território demasiado fragmentado servido por um razoável número de sacerdotes mas em rápida evolução contrastante com o apego a tradições e modos de operar que as jovens gerações olham com pouca confiança – urge repensar a acção pastoral que se realiza nas 89 paróquias de Barcelos. Foi partindo destes pressupostos, comuns à maioria de outros Arciprestados, que os padres do Conselho Arciprestal se reuniram com D. Manuel Linda. Em cima da mesa, uma questão prática: como reorganizar o Arciprestado em possíveis unidades pastorais e de quantos agentes pastorais precisaria cada unidade.
Verificou-se que se trata de assunto delicado que não pode ter soluções imediatistas; que, para ser realista, deverá partir da situação concreta de cada comunidade e de cada sacerdote que a serve; que se trata de descobrir algumas orientações a seguir nos próximos anos; que se espera de nós a ousadia de ultrapassar medos e preconceitos, de respeitar a história de cada povo e de cada sacerdote, o que exige pensar agora em ordem a um prazo mais distante.
De facto, quando se passou a uma tentativa de concretização deste possível e desejado trabalho «em rede», olhando para o mapa das Paróquias de Barcelos, foi possível estabelecer como ponto de partida para encontros futuros, a constituição de dez unidades, algumas delas quase coincidentes com as actuais seis zonas pastorais. E pensando na realidade numérica dos sacerdotes da Arquidiocese daqui a uma década, pensou-se como razoável que tais unidades ficariam suficientemente servidas com dois a cinco sacerdotes em cada uma, acreditando que, deste modo, se permitirá uma melhor assistência espiritual sem se exigir tanto dos sacerdotes, hoje demasiado sobrecarregados. Concretizando, D. Manuel Linda pôde levar consigo uma convicção a partilhar com o senhor Arcebispo: Barcelos precisa mais de distribuir melhor os sacerdotes do que receber novos sacerdotes. Com pouco mais de metade dos actuais sacerdotes, o Arciprestado poderá ter assistência pastoral suficiente.
Sobre este assunto, que será objecto de análise no plenário dos sacerdotes que compõem o Arciprestado de Barcelos, voltará a debruçar-se o Conselho Arciprestal.
P. Abílio Cardoso