Dioceses organizam-se para ajudar madeirenses
Acudir as situações de emergência e mobilizar as dioceses portugueses para ajudar a sua congénere madeirense é a principal preocupação da Cáritas Portuguesa. Desde a primeira hora a Cáritas diocesana do Funchal está a trabalhar com a Protecção Civil para dar resposta às situações de emergência que passam pelo alojamento e pela alimentação, indica Eugénio Fonseca, Presidente da Cáritas Portuguesa à Agência Ecclesia.
“Muitas casas que não ruíram ficaram danificadas ou estão em risco de ruir”, por isso há que dar o “mínimo de habitabilidade a essas pessoas”. Os alimentos foram outra preocupação cimeira. A Cáritas Portuguesa disponibilizou imediatamente 25 mil euros para a sua congénere diocesana.
A nível nacional, as dioceses estão a organizar-se para recolher bens solicitados pela sua congénere funchalense. Colchões, roupa de cama, atoalhados, cobertores, mobílias e televisões são os bens pedidos pela Cáritas do Funchal.
“O governo regional da Madeira, juntamente com o executivo central, responsabilizou-se pela reconstrução das casas danificadas. A Segurança Social vai assumir a restituição dos electrodomésticos. A Cáritas responsabiliza-se por rechear o que falta. Agasalhos é uma necessidade que está coberta”, assume o Presidente desta organização social da Igreja Católica.
Foi também aberta uma conta bancária – «CÁRITAS AJUDA A MADEIRA» aos balcões do Montepio, com o seguinte NIB: 003600009910587824394. Duas horas e meia depois de ter sido aberta, os depósitos ultrapassavam os 2 mil euros.
Também é possível fazer donativos através do multibanco. Para isso, os espaços da referência e entidade, deverão ser preenchidos com o número 3.
A Cáritas de Setúbal está a organizar um concerto com o Pe. José Luís Borga. “A receita do concerto estava destinada ao Haiti, mas resolvemos canalizar as verbas angariadas para a Madeira”, justifica Eugénio Fonseca. O espectáculo tem lugar no Auditório da Anunciada, no próximo dia 14 de Março.
Ajuda planeada
Assim que a situação na Madeira estabilizar e se estruturarem meios de envio, “a Cáritas Portuguesa vai enviar todos os bens recolhidos no continente”.
Eugénio Fonseca apela a critérios de doação. “A partilha é uma arte. Vamos dar apenas o que dignifica as pessoas a quem queremos dar. Que esta não seja uma oportunidade para nos libertar do que nos importuna dentro de casa”.
Passada a fase inicial, o Presidente da Cáritas indica a necessidade de “dar ânimo ao povo madeirense, criar uma corrente de esperança, em especial para aqueles que perderam os seus entes queridos e retomar o futuro”.
No entanto, está confiante. “Não tenho dúvidas, até pelo que aconteceu nas últimas décadas, que a Madeira vai tornar a ter o brilho de pérola do oceano”, reitera Eugénio Fonseca.
Portugueses solidários
“Não tenho dúvidas da generosidade dos portugueses para os seus concidadãos madeirenses, mesmo depois de passada a fase mediática”, reitera Eugénio Fonseca. Recentemente a sociedade portuguesa aderiu positivamente aos apelos vindos do Haiti.
“Os portugueses são pessoas solidárias. Já nos habituaram mal porque quando lançamos estas iniciativas, partimos do pressuposto que vão ser um êxito. Até agora não no enganámos. Foi assim no tsunami no Sudeste Asiático, em 2004, está a ser para o Haiti – graças ao portugueses vamos ter um papel particular na reconstrução daquele país – foi assim para os incêndios em Portugal, em 2004, e será também para a Madeira”.
Mas, apelou o Presidente da Cáritas, “depois da fase mediática, as pessoas têm o direito de saber o que foi feito com o seu dinheiro, por isso, cabe também à comunicação social, dar a conhecer o que foi feito, quando tudo estiver mais calmo”.
Eugénio Fonseca assegura que a campanha para o Haiti não vai ser interrompida. “As duas campanhas, (de auxílio ao Haiti e à Madeira) vão decorrer paralelamente, com contas abertas para donativos em locais diferentes”, garantiu.
Também a Igreja luterana alemã solicitou à Cáritas portuguesa a abertura de uma conta para donativos.