Bento XVI cumpriu rito das Cinzas

Papa apela à humildade diante de Deus

Na tarde desta Quarta-feira, Bento XVI deixou o Vaticano para se deslocar à colina do Aventino onde presidiu a celebração da Missa com o rito da bênção e imposição das Cinzas. A cerimónia teve inicio na Basílica de Santo Anselm,o com um momento de oração e a sucessiva procissão até à Basílica de Santa Sabina, onde o Papa presidiu à celebração eucarística

O oonto de partida para a homilia papal foram as palavras da antífona de entrada, do Livro da Sabedoria: “Vós amais, Senhor, todas as criaturas e nada desprezais de quanto criastes; esqueceis os pecados de quantos se convertem e perdoais, porque sois o Senhor nosso Deus”.

“São palavras que, de algum modo, abrem todo o itinerário quaresmal, colocando como base a omnipotência do amor de Deus, o seu absoluto domínio sobre todas as criaturas, que se traduz em indulgência infinita, animada por uma constante e universal vontade de vida. De facto, perdoar alguém equivale a dizer-lhe: não quero que morras, mas que vivas; quero sempre e apenas o teu bem”, explicou.

Para Bento XVI, foi esta mesma certeza que sustentou Jesus nos quarenta dias passados no deserto, um longo tempo de silêncio e de jejum em que Ele se abandonou ao Pai e ao seu projecto de amor, em total “imersão” na sua vontade. “Entrar pelo deserto dentro e aí permanecer longamente, sozinho, significava expor-se aos assaltos do inimigo, o tentador”, lembrou.

“Significava travar com ele a batalha em campo aberto, desafiá-lo tendo como única arma a confiança ilimitada no amor omnipotente do Pai” acrescentou.

O Papa disse aos fiéis presentes na cerimónia que este “não foi um acto de orgulho, uma empresa titânica, mas sim uma escolha de humildade, coerente com a Incarnação e o Baptismo no Jordão, na mesma linha de obediência ao amor misericordioso do Pai que tanto amou o mundo que lhe deu o Filho unigénito”.

“Seguir Jesus no deserto quaresmal é condição necessária para participar na sua Páscoa. Há que atravessar o deserto, passar pela provação da fé, mas com Jesus, não sozinhos”, assegurou.

Bento XVI declarou que este é o sentido da Quaresma,” tempo litúrgico que todos os anos nos convida a renovar a escolha de seguir Cristo no caminho da humildade para participar na sua vitória sobre o pecado e a morte”.

Este tempo litúrgico inicia-se com o sinal penitencial das Cinzas que,para o Papa, “é essencialmente um gesto de humildade, que significa: reconheço-me tal como sou, criatura frágil, feita de terra e destinada à terra, mas também feita à imagem de Deus e a Ele destinada”.

“Pó, sim, mas amado, plasmado pelo seu amor, animado pelo seu sopro vital, capaz de reconhecer a sua voz e de lhe responder; livre, e por isso capaz de lhe desobedecer, cedendo à tentação do orgulho e da auto-suficiência”, disse ainda.

(Com Rádio Vaticano)

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