À espera do peregrino

Isabel Jonet fala das suas expectativas em relação à visita de Bento XVI a Portugal

A visita do Papa Bento XVI a Portugal, em Maio próximo, reveste-se de importância para todos os portugueses e em especial para os católicos.

As visitas pontifícias simbolizam que os Papas querem ser peregrinos e se põem a caminho para comunicar a mensagem de salvação. O Papa João Paulo II fez das suas peregrinações, um pouco por todo o mundo, uma pregação constante e, ao sair do Vaticano como peregrino, indo ao encontro de vários povos, de várias culturas, colocou-se ao serviço do Homem. Saiu de si para se dar ao Outro.

E o mundo inteiro percebeu essa mensagem: o Chefe da Igreja Católica saiu de Roma, do Vaticano, e foi a todos os continentes para anunciar a paz, defender a dignidade humana e apregoar o Amor como a via para a resolução dos problemas que afligem a sociedade actual.

Quando morreu, vieram também dos quatro pontos do mundo peregrinos que quiseram retribuir essas visitas, essas mensagens de amor.

Na senda do seu antecessor, também Bento XVI tem visitado povos e países diferentes, com uma mensagem única: o Amor.

De forma mais ou menos explicita, na República Checa, onde pretendeu reavivar as raízes cristãs da Europa 20 anos depois da queda do comunismo; nos Camarões, com uma mensagem de esperança, ou em Angola, onde pretendeu suscitar uma reflexão sobre a necessidade de se zelar pela dignidade humana e o respeito ao próximo; em França, onde apelou ao papel da Igreja na sociedade não como um corpo estranho composto por escritores e teólogos mas para as pessoas e com as pessoas; na Turquia, cujo papel no mundo realçou, como uma ponte entre culturas, entre continentes, vital para que a paz e o bem-estar vivam em harmonia; ou no Brasil, onde defendeu a vida, o Papa Bento XVI tem pregado o Amor. Mas o Amor verdadeiro, que vem de Deus para servir, indo ao encontro.

Aproveitou sempre para realizar encontros com líderes de outras confissões cristãs e de outras religiões numa atitude que demonstra a necessidade de fomentar um diálogo universal que, com respeito de parte a parte, leve ao entendimento.

Em Portugal, para além de prestar homenagem a Nossa Senhora em Fátima, santuário de eleição, o Papa reunirá com pessoas ligadas à cultura, aos sacerdotes – neste ano dedicado precisamente ao presbitério – e às organizações de auxilio aos mais necessitados e doentes.

Será uma oportunidade para recordar as encíclicas deste Papa, nomeadamente “Caridade na Verdade” cujo conteúdo apesar de tão actual não foi talvez suficientemente divulgado.

Espero sinceramente que todos os portugueses acolham a visita do Papa com coração aberto e puro e que, neste momento particularmente difícil para tantas famílias e para a sociedade como um todo, aproveitem para reflectir na mensagem de Amor de que tem sido mensageiro.

Isabel Jonet, presidente da Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top