Cáritas de Coimbra quer construir unidade de saúde no Haiti

Projecto, construção e equipamento estimados em pelo menos um milhão de euros

A Cáritas de Coimbra vai promover a edificação de uma unidade de saúde no Haiti, contribuindo para a reconstrução das estruturas que foram destruídas pelo sismo ocorrido a 12 de Janeiro.

O orçamento está estimado em pelo menos um milhão de euros. O projecto será executado em dois anos, embora o prazo possa ser ultrapassado em seis meses.

A data de conclusão das obras “depende da maneira como vamos conseguir operacionalizar a construção”, referiu à Agência ECCLESIA o Pe. Luís Costa.

Por agora subsistem algumas incertezas em relação à concretização do projecto, nomeadamente a sua localização e características. Não se sabe, por exemplo, se a opção incidirá numa unidade pediátrica ou num centro de atendimento generalizado.

Estas e outras decisões serão tomadas em conjunto com a congénere haitiana. Até essa altura não será possível conceber o plano arquitectónico, definir os equipamentos a adquirir e determinar os custos finais do projecto.

As dúvidas serão desfeitas a 7 de Março, Dia da Cáritas, data em que serão apresentados, “de forma o mais concreta possível”, mais detalhes sobre a campanha.

O primeiro passo desta iniciativa consistiu no delineamento da metodologia. “Queremos que cada pessoa, grupo, comunidade e empresa se responsabilizem por um objectivo muito específico durante dois anos”, explicou o sacerdote. O compromisso individual e colectivo passa pela adesão a “‘pacotes saúde’, desde uma cadeira de rodas ao equipamento de um quarto, passando pela estrutura do edifício”.

“A Cáritas de Coimbra envolveu-se na primeira ajuda às vítimas do sismo. Mas percebemos que o nosso contributo para com a humanidade tem que ser mais transversal”, afirmou o presidente da instituição. “Não estamos perante um peditório que depois esquecemos. A intervenção que queremos proporcionar é de nível estrutural”, acrescentou.

O Pe. Luís Costa pretende também que a campanha seja ocasião para estabelecer uma relação de voluntariado com o país mais pobre do hemisfério ocidental. “O Haiti sempre funcionou para os portugueses como uma estância turística. A essa referência podemos associar agora um destino de ajuda porque aquele povo sofreu muitos males, e vai continuar a sofrê-los se não intervirmos a longo prazo.”

O fluxo contínuo de notícias favorece o esquecimento das grandes tragédias. Ao estender o projecto durante dois anos, a Cáritas de Coimbra visa dilatar o prazo de angariação de fundos e impedir que o assunto saia da agenda. “Logo que estas notícias deixem de estar na ordem do dia, toda a sociedade vai facilmente esquecer-se de um drama que prevalecerá”, previu o responsável.

“Queremos que as pessoas tenham notícia do projecto à medida que ele vai crescendo e que, ao mesmo tempo, se comprometam nele com tarefas concretas”, assinalou o Pe. Luís Costa. Por isso as informações sobre a aquisição de equipamentos e o desenrolar da construção serão divulgadas mensal ou trimestralmente.

O presidente da Cáritas diocesana manifestou igualmente o propósito de alargar a campanha a todo o país: “Pretendemos que o projecto se torne nacional, com um povo a ajudar outro povo”.

As primeiras colaborações já começaram a surgir, designadamente da parte de um gabinete de arquitectura de Coimbra. A empresa quer dialogar com a Universidade local, a fim de que a unidade de saúde responda o melhor possível ao caderno de encargos e se adapte à especificidade do Haiti.

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