Bento XVI recebeu Bispos da Roménia e apelou ao diálogo com os ortodoxos
Bento XVI recebeu esta Sexta-feira os membros da Conferência Episcopal da Roménia, a quem manifestou a sua preocupação com a “saúde moral e religiosa” das famílias, num tempo de tantas “insídias para com a instituição familiar, numa sociedade secularizada e desorientada”.
Lembrando aqueles que, durante os regimes comunistas, “souberam testemunhar com um alto preço a fidelidade ao Evangelho”, o Papa lamentou que mesmo esses não estejam agora imunes “à praga do aborto, da corrupção, do alcoolismo e da droga, assim como do controlo dos nascimentos mediante métodos contrários à dignidade da pessoa humana”.
Aos Bispos romenos e um prelado moldavo, presentes no Vaticano, Bento XVI recordou a necessidade de organizar melhor a pastoral juvenil e promover consultórios paroquiais que assegurem uma adequada preparação para a vida conjugal e familiar.
“É necessário, sobretudo, um empenho decidido para favorecer os valores cristãos na sociedade, desenvolvendo centros de formação onde os jovens possam conhecer os valores autênticos, enriquecidos pelo génio da cultura dos vossos países, de modo a testemunhá-los nos ambientes onde vivem”, precisou.
O Papa falou da necessidade de um diálogo construtivo” entre católicos e ortodoxos, em especial no que diz respeito “à defesa das raízes cristãs da Europa e dos valores cristãos”, para além do “testemunho comum sobre temas como a família, a bioética, os direitos humanos, a honestidade na vida pública, a ecologia”.
“Um diálogo construtivo entre Ortodoxos e Católicos não deixará de ser fermento de unidade e de concórdia não só para os vossos países, mas também para toda a Europa”, prosseguiu.
Perante o Papa, os Bispos romenos lembraram contenciosos ainda em aberto, nomeadamente a lentidão no processo de restituição dos edifícios confiscados em 1948 à Igreja Greco-Católica.