Braga: Quaresma solidária com o Haiti

D. Jorge Ortiga denuncia injustiças «escandalosas»

A Arquidiocese de Braga decidiu enviar parte das renúncias quaresmais para o auxílio ao povo haitiano, atingido pelo sismo do passado dia 12 de Janeiro. Esta é já a quinta diocese a anunciar decisão semelhante, após o Algarve, Leiria-Fátima, Viana do Castelo e Viseu.

Na sua mensagem para a Quaresma, D. Jorge Ortiga indica que “a tragédia do Haiti não desapareceu. As suas marcas de destruição persistem nas pessoas que necessitam de um acompanhamento mais fraterno e de condições para recomeçar a viver com dignidade”.

“A Igreja local necessitará de novas estruturas e de meios materiais. Queremos entrar na aventura da reconstrução de um povo e de uma Igreja. Não faltaremos com a nossa generosidade”, pede.

“Sem espírito de sobriedade não é possível construir uma sociedade solidária, onde o bem comum solidifica uma fraternidade, garantindo que nada de essencial falte a alguém”, assinala o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

A renúncia quaresmal é uma prática habitual na Igreja Católica durante o período que serve de preparação para a Páscoa. Os fiéis são chamados a abdicar de alguns dos seus bens em favor das populações mais desfavorecidas e a entregar esse montante à sua Diocese, que o encaminha para um projecto à sua escolha.

A outra parte deste contributo dos católicos de Braga terá uma finalidade de “âmbito local”.

“São muitas as exigências. Na necessidade de optar, parece importante marcar, mais uma vez, a nossa presença na construção da Domus Fraternitas, a edificar em Montariol”, indica o Arcebispo de Braga.

Trata-se de um Centro de Acolhimento (“O Poverelho”) que integra as seguintes unidades: Unidade de Cuidados Continuados de Média Duração e Reabilitação (capacidade para 23 camas e tempo de internamento de cerca de três meses); Unidade de Longa Duração e Manutenção (capacidade para 23 camas de internamento para além de três meses) e Unidade de Cuidados Paliativos (capacidade para 10 camas em situações terminais).

Para D. Jorge Ortiga, o tempo de preparação para a Páscoa deve ajudar a construir “um mundo onde cada um tenha o que é ‘seu’, acabando com injustiças escandalosas”.

“Para entender esta dinâmica, importa abrir-se a tempos fortes de acolhimento da Palavra para que esta desmonte as nossas estruturas egoístas e nos projecte na responsabilidade duma sociedade mais justa”, acrescenta.

O Arcebispo de Braga afirma que, na Quaresma, “seria fundamental reservar momentos para a reflexão e silêncio”.

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Agência ECCLESIA

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