Papa lembra Santo António de Lisboa

Bento XVI afirma que os ensinamentos do Santo português continuam válidos

Bento XVI dedicou hoje a sua catequese das Quartas-feiras à figura de Santo António, “um dos santos mais populares da Igreja Católica”.

Dotado de grande inteligência, equilíbrio, zelo apostólico e fervor místico, António de Pádua ou – como também é conhecido – de Lisboa, contribuiu de modo significativo para o desenvolvimento da espiritualidade franciscana”, assinalou, falando em português.

O Papa lembrou que na época de Santo António, com o florescer do comércio, cresceu o número de pessoas insensíveis às necessidades dos pobres e que o Santo convidava os fiéis a pensar na verdadeira riqueza, que é a do coração. Hoje, assinalou, as doutrinas do Santo português – que morreu em Pádua e está enterrado nesta cidade do nordeste italiano – têm grande validade.

Bento XVI disse que a economia actual precisa de ética: “A crise financeira e os graves desequilíbrios económicos empobrecem muitas pessoas que vivem em condições de miséria. Na minha encíclica Caritas in veritate assinalei que a economia precisa de uma ética para seu bom funcionamento, não de uma ética qualquer, mas de uma ética amiga da pessoa”.

A catequese papal abordou o percurso de vida do Santo português, o qual “começou a  sua vida religiosa entre os Cónegos Regulares de Santo Agostinho, dedicando-se ao estudo da Bíblia e dos Padres da Igreja”.

“Porém, atraído pelo exemplo dos primeiros mártires franciscanos, fez-se discípulo de São Francisco de Assis e acabou por ser destinado para a pregação do Evangelho ao povo simples e o ensino da teologia aos seus confrades, lançando as bases da teologia franciscana”, acrescentou.

No último período da sua vida, concluiu o Papa, Santo António “escreveu os «Sermões», onde propõe um verdadeiro itinerário de vida cristã. Neste Ano Sacerdotal, peçamos que os sacerdotes e diáconos cumpram sempre com solicitude este ministério de anúncio e atualização da Palavra de Deus no meio do Povo de Deus”.

O corpo de Santo António estará exposto ao público entre 15 e 20 de Fevereiro, por ocasião do regresso da sua urna ao espaço original, a Capela da Arca, que foi restaurada entre 2008 e 2009.

Durante aqueles dias espera-se que a cidade italiana de Pádua receba cem mil peregrinos provenientes de todo o mundo. A Basílica de Santo António estará aberta entre as 06h20 e as 19h00 (no último dia até às 19h45), hora local, menos uma em Lisboa.

As imagens de uma câmara de vídeo direccionada para as relíquias serão permanentemente transmitidas pela Internet, através do site www.santantonio.org/ostensionedelsanto2010

A última vez que o corpo de Santo António foi apresentado aos fiéis ocorreu em 1981, por ocasião do 750.º aniversário da morte do frade franciscano. A iniciativa, que durou 29 dias, acolheu 650 mil peregrinos.

A urna foi transferida para permitir o restauro da Capela da Arca, embora não tenha sido aberta. “Desde então – afirmou o Pe. Enzo Poiana, reitor da Basílica de Santo António – multiplicaram-se os pedidos dos fiéis para poderem ver os restos mortais”.

Santo António nasceu em Lisboa no final do século XII. Foi recebido entre os Cónegos Regulares de Santo Agostinho. Pouco tempo depois da sua ordenação sacerdotal ingressou na Ordem dos Frades Menores, com a intenção de se dedicar à propagação da fé cristã entre os povos da África. Exerceu com grande fruto o ministério da pregação em França e na Itália, tendo convertido muitos hereges. Foi o primeiro professor de Teologia na Ordem dos Frades Menores. Morreu em Pádua no ano de 1231.

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Agência ECCLESIA

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