Esta Terça-feira, festa da Apresentação do Senhor, e Jornada Mundial da Vida Consagrada, Bento XVI presidiu na basílica de São Pedro à celebração de Vésperas.
Na homilia, o Papa começou por recordar que foi o seu predecessor a estabelecer, em 1997, que esta festa da Apresentação do Senhor fosse celebrada como Jornada da Vida Consagrada. De facto – observou, “a oblação do Filho de Deus – simbolizada na sua apresentação ao Templo – é modelo para cada homem e mulher que consagra a sua vida ao Senhor”.
Com esta iniciativa, indicou, “a Igreja deseja, antes de mais, dar graças a Deus pelo dom da vida consagrada; depois, levar todo o Povo de Deus a conhecê-la e apreciá-la; finalmente, convidar todos os que dedicaram plenamente a sua vida à causa do Evangelho a celebrarem as maravilhas que o Senhor neles operou”.
O Papa quis comentar a leitura breve de Vésperas, da Carta aos Hebreus, que apresenta Cristo como Sumo sacerdote, ao mesmo tempo verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Aqui se encontra – sublinhou – o verdadeiro fundamento da vida cristã: “Se Cristo não fosse verdadeiramente Deus, e não fosse, ao mesmo tempo, plenamente homem, viria a faltar o fundamento da vida cristã enquanto tal, de um modo todo especial, viria a faltar o fundamento de toda e qualquer consagração cristã do homem e da mulher. De facto, a vida consagrada testemunha e exprime, de modo forte, precisamente este procurar-se recíproco de Deus e do homem, o amor que os atrai”.
“A pessoa consagrada, pelo próprio facto de o ser – explicou– representa, para todos aqueles que a encontram, como que uma ponte em direcção a Deus, um apelo… E tudo isso devido à mediação de Jesus Cristo, o Consagrado do Pai. O fundamento é Ele”.
Bento XVI fez notar que a Epístola aos Hebreus convida a dirigirmo-nos com “confiança” ao “trono da graça”, para “receber misericórdia” e “encontrar graça” e “no momento oportuno”. “As pessoas consagradas são chamadas de modo particular a serem testemunhas desta misericórdia do Senhor, na qual o homem encontra a sua própria salvação”.
De facto, prosseguiu, as pessoas consagradas “mantêm viva a experiência do perdão de Deus, porque têm consciência de serem pessoas salvas” e de “se sentirem renovadas e envolvidas pela santidade de Deus na medida em que reconhecem o seu pecado”. Uma profunda experiência espiritual que não hão-de guardar só para si.
“As pessoas consagradas experimentam a graça, a misericórdia e o perdão de Deus, não só para si, mas também para os irmãos, sendo chamadas a levar no coração e na oração as angústias e as expectativas dos homens, de modo especial dos que se encontram longe de Deus”, concluiu.