Semana do Consagrado em dinamismos de esperança

P. Manuel Joaquim Gomes Barbosa, scj, Presidente da CIRP

A Semana do Consagrado, de 31 de Janeiro a 7 de Fevereiro, a ser celebrada nas dioceses, paróquias e comunidades religiosas foi uma decisão da Conferência Episcopal Portuguesa. Coube à Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), em colaboração com a Comissão Episcopal Vocações e Ministérios (CEVM) e a Federação Nacional dos Institutos Seculares, organizar esta iniciativa sob o tema “Vida Consagrada, solidária na esperança”.

O conjunto de subsídios distribuídos através dos serviços diocesanos da pastoral das vocações e dos secretariados regionais da CIRP constitui uma achega para celebrar e viver, de forma solidária e em comunhão, a Semana do Consagrado. Além da mensagem tão relevante e interpeladora que D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro e Presidente da CEVM, partilha connosco, foram sugeridas propostas de vigília de oração e de meditação da Palavra, a partir dos textos litúrgicos da Festa da Apresentação de Maria.

Esta temática insere-se no conjunto de próximas iniciativas da CIRP e da União das Conferências Europeias de Superiores/as Maiores (UCESM) em 2010, inspiradas pelo dinamismo da esperança cristã: a próxima semana de formação em Fátima reflectirá sobre “Vida Consagrada, mensageira de alegria e de esperança” (13-16 de Fevereiro); a Assembleia Geral da UCESM, na Polónia, terá por tema “Vida Religiosa na Europa – histórias de esperança, esperança para a história” (8-14 de Fevereiro); várias iniciativas editoriais, abordadas por conhecidos historiadores para assinalar o centenário da expulsão das Ordens Religiosas, ajudar-nos-ão a renovar a nossa presença carismática na Igreja e na sociedade.

O início da Semana do Consagrado coincide com o início das celebrações do Centenário da República. A CIRP decidiu, já em 2007, que se preparasse uma reflexão sobre a expulsão das Ordens e Congregações, a ser publicada no contexto das actuais celebrações, concretamente através de um estudo sério e rigoroso da história passada, no sentido de contribuir para a verdade da memória futura.

O estudo encomendado pela CIRP, “Ordens e Congregações Religiosas no contexto da I República”, que vai ser editado pela Gradiva e lançado a 15 de Fevereiro em Fátima, foi coordenado pelos historiadores José Eduardo Franco e Luís Machado de Abreu, e teve o contributo dos próprios e dos investigadores João Francisco Marques, Nuno Estêvão Ferreira, António Araújo, Fernando Catroga, Augusto Moutinho Borges e Cristiana Lucas. A CIRP manifesta o mais profundo reconhecimento pela colaboração que prestaram, através do seu competente saber científico, para o esclarecimento da verdade destes acontecimentos da história de Portugal, na qual se inserem a Igreja e as Congregações e Ordens Religiosas.

Esta obra torna-se ainda mais relevante na sequência de um recente estudo de opinião que os Institutos Religiosos encomendaram a uma competente empresa de planeamento e estudos de mercado (APEME), em 2009, sobre “o que os Portugueses pensam e sentem a respeito dos Religiosos. Estudo Qualitativo e Integração com Quantitativo”. O estudo abordou variados pontos e apontou alguns desafios da sociedade aos religiosos e o que deles se espera, como a coerência com o compromisso e a integração na contemporaneidade e no mundo, qual desafio à elevada presença e intervenção na sociedade.

Parece-me ainda pertinente relacionar o presente estudo com duas iniciativas de referência, a realizar em 2010, e também propostas para integrar a programação oficial das celebrações do Centenário da República: o Congresso Internacional “Ordens e Congregações Religiosas em Portugal. Memória, Presença e Diásporas” (Fundação Gulbenkian, 2-4 de Novembro) e o “Dicionário Histórico das Ordens: Formas de Vida Consagrada Católica em Portugal” (a editar em Maio).

Para além destas iniciativas conjuntas e procurando sempre renovar serviços prestados à sociedade e à Igreja em Portugal em tradicionais sectores da saúde, da educação e da cultura, os Institutos Religiosos continuarão a entrever novas formas significantes de presença carismática, contribuindo para uma sociedade cada vez mais humanizada, onde se manifestem os valores do Reino de Deus: a graça e a santidade, a justiça e a paz, a verdade e a liberdade, a vida e o amor.

O Espírito do Senhor, por intercessão de Maria, Mãe da Esperança, não deixará de suscitar novos dinamismos solidários de testemunhas da esperança.

P. Manuel Joaquim Gomes Barbosa, scj, Presidente da CIRP

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