Cuba: Igreja denuncia situação económica «complicada» e apela à liberdade de opinião

A Igreja católica de Cuba considera que a situação económica do país é “muito complicada”, “devido aos seus desequilíbrios internos e à difícil situação mundial”. O diagnóstico é feito pelo Pe. Boris Moreno, diplomado em Ciências Económicas, na edição de Janeiro da revista do arcebispado de Havana, “Palabra Nueva”.

Em 2009 verificou-se uma diminuição das receitas do turismo e do níquel, primeiro produto de exportação da ilha. Estes factores, a que se juntam a previsão da descida das remessas dos emigrantes, o encerramento de algumas linhas de crédito e o encarecimento de outras, contribuem para colocar Cuba “numa delicada e explosiva exposição financeira”.

O sacerdote constata que os apelos a “trabalhar duramente e com eficiência não conseguiram alterar a situação”. É que, acrescenta, “as condições socioeconómicas de um país não mudam através de discursos ou por decretos”. Neste sentido, “não se entrevê nenhum sinal” das transformações anunciadas por Raul Castro, quando substituiu o seu irmão Fidel na presidência do Estado, há três anos.

O Pe. Boris Moreno sugere que a medida “mais importante, porque geraria um clima favorável ao debate, seria o compromisso formal do Governo em reconhecer a capacidade de opinião de todos os cidadãos sem que isso implique represálias de qualquer género. Deveríamos eliminar (…) os qualificativos que restringem o intercâmbio de ideias e opiniões”.

O texto recomenda também que o poder político promova as exportações, reforme a legislação sobre as empresas e abra a porta ao capital estrangeiro. 

Com AFP

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Agência ECCLESIA

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