Papa encerra semana de oração pela unidade com celebração ecuménica em Roma
Bento XVI deixou esta Segunda-feira um apelo ao “testemunho comum” dos cristãos perante “os desafios cada vez mais complexos do nosso tempo, como a secularização e a indiferença, o relativismo e o hedonismo”.
Na celebração conclusiva da semana de oração pela unidade dos cristãos, a que presidiu na Basílica de São Paulo fora de muros, o Papa falou ainda dos “delicados temas éticos que dizem respeito ao inicio e ao fim da vida, os limites da ciência e da tecnologia, o dialogo com as outra tradições religiosas”.
No início da celebração, o Papa foi saudado pelo Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos. Referindo-se ao tema do oitavário de oração, “vós sois as testemunhas destas coisas”, o Cardeal alemão salientou que o mesmo recorda as origens do movimento ecuménico moderno, quando há um século os missionários reunidos em Edimburgo chegaram à conclusão de que o maior obstáculo à missão no mundo era precisamente a divisão entre os cristãos.
Bento XVI, por seu lado, afirmou que, a um século de distância da conferência de Edimburgo, a intuição dos precursores do movimento ecuménico continua “actualíssima”.
“Num mundo marcado pela indiferencia religiosa, e até mesmo por uma aversão crescente em relação à fé cristã – acrescentou – é necessária uma nova, intensa, actividade de evangelização, não só entre os povos que nunca conheceram o Evangelho, mas também onde o Cristianismo se difundiu e faz parte da sua história”.
O Papa admitiu que “não faltam questões que nos separam uns dos outros e que esperamos possam ser superadas através da oração e do diálogo”, mas lembrou que “existe um conteúdo central da mensagem de Cristo que podemos anunciar juntos: a paternidade de Deus, a vitória de Cristo sobre o pecado e sobre a morte com a sua cruz e ressurreição, a confiança na acção transformadora do Espírito Santo”.
Em conclusão, Bento XVI quis frisar que “o empenho para a unidade dos cristãos não é tarefa apenas de alguns nem actividade acessória para a vida da Igreja. Cada um é chamado a dar o seu contributo para dar os passos que levam à comunhão plena entre todos os discípulos de Cristo, sem nunca esquecer que ela é – antes de mais – dom de Deus que se deve invocar constantemente”.
(Com Rádio Vaticano)