Formação laical, maior oração e disponibilidade sacerdotal são algumas conclusões do Congresso Internacional sobre o presbítero «À Escuta da Palavra»
As novas realidades sociais exigem novas formas de ser padre. A rápida mudança na sociedade e na Igreja exige “claramente novos modos de organização da vida eclesial e novos estilos diversificados de exercício do ministério presbiteral”. Esta é uma das conclusões do Congresso Internacional sobre o Presbítero «À Escuta da Palavra», que encerrou esta sexta-feira em Braga.
“Os caminhos a percorrer e as decisões a tomar”, para fazer face a estas mudanças, “hão-de ser procurados, em comunidade, na escuta atenta da Palavra”, refere o documento final de conclusões.
Mais de 300 sacerdotes e cerca de 30 leigos estiveram reunidos em Braga durante três dias para reflectir sobre o presbitério e as mudanças eclesiais e sociais a que são chamados.
Os sacerdotes reflectiram que a sua acção não pode estar orientada para “o número, para o êxito”, mas deve ter em conta a disponibilidade para ser enviado “em nome de Deus e da Igreja”.
A necessidade de o padre ser um homem de Deus foi apontada durante os três dias do encontro. A ocupação e as muitas tarefas a que os sacerdotes são chamados a responder foi um dos temas recorrentes. O texto de conclusões indica que o padre “tem de ser um homem de Deus, um mistagogo que conhece o mistério de Deus, o vive em comunhão, o celebra e o comunica com entusiasmo e alegria”.
Para ser um homem “de Deus”, o sacerdote precisa de procurar tempos de formação e oração. As mudanças rápidas exigem que o sacerdote tenha “uma formação superior à média” e possa “responder com propriedade aos desafios completamente novos dos nossos dias”.
A disponibilidade para “ouvir e atender, acompanhar e aconselhar” é uma exigência que os leigos fazem aos sacerdotes.
A reflexão do Congresso fez incidir sobre os leigos uma maior responsabilidade. O padre deve “dedicar tempo à formação dos leigos, não só para que a sua fé seja cada vez mais esclarecida e luminosa, mas para que desempenhem, com verdadeiro espírito missionário, as múltiplas tarefas que lhes são próprias: na família, na sociedade e na Igreja”.
Sobre a formação dos seminários, o Congresso considerou dever “acolher com benevolência os candidatos e saber exigir, com docilidade e firmeza, uma formação humana, espiritual, pastoral e cultural muito sólida, ancorada ainda no compromisso da formação permanente”.
O saber comunicar foi outra das exigências feitas. Na era da comunicação os sacerdotes devem ter uma “séria formação” nesta área.
“Comunicar é serviço; não é protagonismo”, manifestou o Congresso Internacional, acrescentando ainda que “sobretudo na eucaristia”, os sacerdotes devem procurar ser “curtos, concisos e cobrir os pontos essenciais”.