D. Jorge Ortiga pede aos pais que sejam os primeiros educadores dos filhos

Foi debaixo de flocos de neve que a fanfarra dos escuteiros de Azurém, em Guimarães, entrou na igreja para a missa festiva que abriu as comemorações dos 50 anos do Agrupamento 145 do Corpo Nacional de Escutas (CNE). O Arcebispo de Braga marcou presença na efeméride, elogiou o Movimento e pediu aos pais que sejam os primeiros educadores dos filhos, que acompanhem a sua formação e que não deixem a tarefa a outros.

Por ter outros compromissos, D. Jorge Ortiga não participou na Eucaristia. Mas fez questão de dirigir palavras elogiosas aos escuteiros, aos chefes e aos pais. A estes, o Arcebispo de Braga deixou um apelo: “acompanhem a formação e educação dos vossos filhos”. Um apelo que noutros tempos parecia óbvio, mas que hoje faz todo o sentido.

Afinal, há muitos pais que querem delegar nos professores, catequistas e nos chefes de escuteiros a educação dos seus filhos. Por isso, o Arcebispo de Braga foi claro: “O escutismo não é qualquer coisa que possa substituir a família. O escutismo ajuda os pais e ajuda as famílias. Mas os pais têm que ser os primeiros educadores. Os pais devem acompanhar toda e qualquer formação dos filhos, seja na escola, na catequese ou no escutismo. Mesmo sabendo que os filhos estão em boas mãos, terão de os acompanhar com as ideias e sugestões, com a sua presença e palavras de estímulo. Assumam a responsabilidade de ajudar os filhos a caminhar”, pediu.

O Arcebispo de Braga elogiou o movimento escutista, apresentando-o como um dos vários movimentos dentro da Igreja e uma das formas de viver o Evangelho. “Para algumas pessoas, o escutismo será apenas um passatempo, um lugar onde as crianças, adolescentes e jovens se encontram, estão bem acompanhados pelos seus chefes e dirigentes. Mas para a Igreja Católica, o escutismo vale como uma escola de formação. Uma escola de formação para determinados valores a partir de modelos que se assumem também numa relação diferente com a própria natureza”, disse.

O responsável máximo da Igreja em Braga lembrou a lei do escutista, sob a qual estes jovens são regidos. “Num período em que se relativizam certas coisas, o escuta procura diariamente pôr em prática essa lei. E ao viver essa lei procura também consolidar a sua fé cristã”.

Dirigindo-se aos escuteiros presentes, D. Jorge pediu-lhes persistência na fé. “Não vos adapteis a este mundo perante as primeiras dificuldades “, pediu.

Num dia de muito frio, o Arcebispo Primaz evocou um ditado popular para recordar aos jovens a sua importância na sociedade: “Quando a juventude arrefece o mundo bate o dente”. Por isso, pediu aos jovens cristãos que aqueçam o mundo com a sua chama e o seu exemplo.

Elogios aos chefes pela sua formação

Entre palavras de encorajamento e elogios, destaque para as dirigidas aos chefes, com missão cada vez mais difícil. “É bom que, particularmente os chefes, saibam que o trabalho que desempenham é muito exigente. Sempre foi, mas hoje lidar com os jovens é ainda mais exigente. Exige muita formação e eles estão a encarar isto muito seriamente. Por isso, louvo-vos e elogio-vos pelo trabalho que têm vindo a fazer, porque é uma formação humana e cristã. Os chefes merecem toda a minha simpatia e consideração”, afirmou o prelado.

Segundo D. Jorge Ortiga, estas comemorações são uma oportunidade para que o Agrupamento de Azurém continue à procura de ser fiel a esta pedagogia e metodologia escutista de formar homens no sentido integral.

Por seu turno, Ernesto Castro, secretário do Agrupamento de Azurém, também lembrou que o escutismo continua a ser uma escola de vida, onde os jovens aprendem a ser autónomos, a respeitarem-se e a respeitar os outros, e aprendem a ser solidários com as grandes causas.

“Nós, enquanto movimento da Igreja, valorizamos muito a mensagem de Jesus Cristo enquanto homem novo, para que eles entendam que o material fica em segundo plano, em relação aos valores humanos”, disse.

“A nossa preocupação é educar os jovens para serem cada vez mais responsáveis e felizes, com os valores que nós lhes passamos, de acordo com a mensagem do Evangelho”, disse também Ernesto Castro.

Em relação às comemorações, os escuteiros de Azurém quiseram ter nos 50 anos os fundadores e os chefes que passaram por este Agrupamento. Ontem, além do convívio, foi descerrada uma lona com o emblema e as actividades para o ano inteiro: uma conferência com D. Manuel Clemente, Bispo do Porto; uma exposição retrospectiva da vida este núcleo; participação no Acampamento Regional, em Agosto; e se as finanças o permitirem também vão participar no Jamboree da Madeira; e uma peregrinação a Fátima.

Diário do Minho

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