Solidariedade ao serviço da paz

Experiências de guerra em Angola de um soldado e professor que hoje é membro da Cáritas

É com a solidariedade que a paz se torna realidade. O programa ECCLESIA na Antena 1 falou com Eusébio Amarante, que trabalha há mais de 20 anos na Cáritas de Angola. O seu testemunho recorda como a Igreja ajudou muitas pessoas a sobreviver e a manter a esperança, numa das dioceses que mais sofreu as consequências da guerra civil.

“Houve muitas coisas feias que eu vi e que me ajudaram a reconsiderar a minha posição enquanto pessoa humana e enquanto cristão”, refere. Enterrar pessoas que jaziam na rua e que ficavam por sepultar durante vários dias, dar de comer a crianças de peito cujas mães haviam morrido, transportar alimentos debaixo da linha de fogo e participar nas negociações de paz são alguns dos exemplos apontados por este leigo.

“Também houve boas coisas: Mais de seiscentas pessoas sobreviveram só pelo meu trabalho”, assinala Eusébio Amarante, que não esconde a felicidade que o afecto das comunidades lhe proporciona.

A sua experiência como soldado e professor enriqueceu o trabalho em favor das populações: “Como tropa, a minha vida era salvar as pessoas das dificuldades em que viviam e defender principalmente as crianças e adultos”.

“Fui professor durante muitos anos”, diz. “Faz-me bem saber que aquilo que vivi e aprendi, alguém pode receber também. E eu faço questão de o transmitir”, garante.

“Muitas vezes é a morte pela vida”, assegura Eusébio Amarante ao evocar os episódios mais marcantes do seu percurso na Cáritas numa das dioceses do centro de Angola.

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