O Papa enviou uma mensagem ao arcebispo de Santiago de Compostela, D. Julián Barrio Barrio, a propósito da abertura solene do Ano Santo, que se celebra quando a festa do apóstolo São Tiago (25 de Julho) ocorre a um Domingo, como acontecerá em 2010.
O texto foi lido pelo prelado durante a missa celebrada a 31 de Dezembro na catedral de Santiago, depois da abertura da Porta Santa.
Bento XVI assinalou que o tema deste Ano Jubilar Compostelano – “Peregrinando rumo à luz” – assim como a carta pastoral escrita para a ocasião – “Peregrinos da fé e testemunhas de Cristo ressuscitado” – recordam o carácter peregrino da Igreja e do ser cristão no mundo.
“Aberto à surpresa e à transcendência”, o peregrino deixa-se instruir pela Palavra de Deus, e deste modo vai “decantando a sua fé” de “medos infundados”, refere o Papa. “Assim fez o Senhor ressuscitado com os discípulos que, aturdidos e desalentados, seguiam a caminho de Emaús”, acrescenta.
Na missiva, Bento XVI pede a Deus que “acompanhe os peregrinos, que se dê a conhecer e entre nos seus corações. (…) Esta é a verdadeira meta, a graça, que o mero percurso material do Caminho não pode alcançar por si só, e que leva o peregrino a converter-se em testemunha (…) de que Cristo vive e é a nossa esperança imperecível de salvação”.
Depois de recordar que o Ano Santo Compostelano coincide com o Ano Sacerdotal, o Papa assinala que presbíteros têm “um papel decisivo” no “espírito de acolhimento e entrega aos fiéis e peregrinos”, que deve ser “particularmente generoso”.
Neste contexto, Bento XVI pede aos padres que sejam pródigos “na administração dos sacramentos da Penitência e da Eucaristia, pois o mais procurado, o mais apreciado e característico do Ano Santo é o perdão e o encontro com Cristo vivo”.
Na mensagem, o Papa manifestou a sua “especial proximidade aos peregrinos que chegam e continuam a chegar a Santiago”, convidando-os a guardar as experiências de fé, caridade e fraternidade que encontram no seu percurso e que vivam o Caminho sobretudo interiormente, “deixando-se interpelar pelo chamamento que o Senhor faz”.
“Peço-vos também – conclui Bento XVI – que na vossa oração cadenciada não esqueçam aqueles que não vos puderam acompanhar, as vossas famílias e amigos, os doentes e necessitados, os emigrantes, os frágeis na fé e o Povo de Deus com os seus pastores.”