Bispos no YouTube para divulgar mensagens

Família, espaço público da religião e crise económica entre os apelos episcopais

D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, regressa ao YouTube para enviar a sua Mensagem de Natal 2009, na qual sublinha que esta celebração “significa o nascimento de Deus no mundo”.

Nesta intervenção são recordadas as famílias que mais sentem “a dificuldade do dia-a-dia” e pede-se a atenção dos que acreditam na “presença de Deus nos mais pobres”.

O Bispo do Porto lembra “o Natal que o próprio Deus desejou ter connosco”, pedindo uma “enorme disponibilidade para reconhecer a presença de Deus nos próprios termos em que ela aconteceu”.

O Menino, que mostra “um Deus se continua a oferecer a cada um de nós”, cresceu e espalhou na terra um Reino “que nunca mais acabará, porque começa onde ninguém o pode tirar, ou seja, no coração de todos os homens e mulheres de boa vontade”.

Também no canal de vídeo mais famoso da Internet, o Bispo de Lamego, D. Jacinto Botelho, deixa um apelo: “Numa altura em que, em nome duma mal compreendida liberdade, querem silenciar os nossos símbolos religiosos, afirmemos com serenidade, mas determinação, por exemplo, com os nossos presépios e as velas que acenderemos na noite de Natal nas janelas das casas, a importância que tem para nós este acontecimento que centraliza a História”.

D. António Sousa Braga, Bispo de Angra, afirma por seu lado que a ausência de símbolos religiosos nos espaços públicos “é apenas um sintoma, que desafia os cristãos a darem o seu contributo específico para um mundo melhor, mais justo e fraterno, mostrando-se activos e intervenientes, qual fermento que leveda a massa”.

“Não são expressões colaterais do Natal o ambiente de festa que se cria, a atmosfera de ternura e de boa vontade que se respira, as reuniões familiares e as confraternizações, a partilha e as campanhas de solidariedade. Isso é o Natal em acto”, assinala.

Para D. António Carrilho, Bispo do Funchal, Natal é “tempo de promover a cultura da vida e da alegria”, de “fazer circular o Amor, a Paz e a Vida em abundância, que recebemos de Jesus Menino, em gestos gratuitos de solidariedade, amor fraterno, acolhimento e doação aos outros”.

A sua mensagem, também disponível no YouTube, recorda particularmente “os nossos emigrantes, as nossas famílias e instituições, os desempregados, todos os que perderam a alegria de viver e se afundaram num horizonte sem esperança”.

D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, exorta na mensagem para esta quadra a abrir as “portas do coração e da vida das pessoas, das instituições e das comunidades cristãs para levar o Natal aos que vivem a fé com alegria e encanto e através deles às famílias sem paz, aos lares sem pão, às empresas em dificuldade, às crianças sem amor e aos idosos sem ninguém”.

“Que a estrela do Natal possa brilhar em olhares magoados pelo medo e pela pobreza e nos caminhos de quantos procuram Deus de coração sincero”, aponta.

Já D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, defende na sua mensagem da Natal a “verdadeira natureza do casamento” e critica os que tentam anular a “presença de Deus na cidade”. No documento, o prelado condena os que “apelidam de retrógrados, saudosistas do passado e de costas voltadas para o futuro quantos continuam a defender a dignidade e os direitos da instituição familiar e a verdadeira natureza do casamento”.

O prelado fala numa “sociedade onde parece não haver lugar para Deus”. “Os grandes mentores do estilo de vida que nos é proposto e muitas vezes imposto não têm resposta para as grandes interrogações que preocupam o ser humano, como são as relacionadas com o sofrimento e com a morte”, aponta.

Também D. Manuel Quintas, Bispo do Algarve, afirma que “neste tempo de Natal sentimos o apelo a defender e a reafirmar o direito da família, enquanto instituição fundada no casamento entre um homem e uma mulher, a ver reconhecida a sua identidade única e inconfundível com outras formas de convivência humana”.

“O Natal é também tempo de crescer no acolhimento e na abertura à vida humana”, acrescenta.

Neste ano de “baixa económica acentuada”, o Bispo de Vila Real, D. Joaquim Gonçalves, pede para olharmos “a pobreza do presépio como um apelo à contenção cristã e ao olhar atento aos mais carecidos que vivem a nosso lado, uns envergonhados por situações inesperadas e outros por serem imigrantes, deslocados, presos, doentes ou idosos”. “Quem melhor saberá descobrir, no tecido concreto da população os casos mais dolorosos são os próprios residentes na aldeia, na vila ou na cidade. Por isso, o Natal é sempre festa da boa vizinhança”, acrescenta.

D. António Vitalino, Bispo de Beja, considera que este Natal surge “num mundo de grandes potencialidades com a evolução científica e tecnológica, mas também envolvido em grandes contrastes e graves conflitos, em que ninguém quer ceder nada do nível alcançado, mesmo que muitos habitantes do planeta e povos inteiros sejam sacrificados, até mesmo as condições de sobrevivência de futuras gerações – basta analisar os fracos resultados da Cimeira de Copenhaga”.

 

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