Envolver a comunidade nos problemas sociais, pede Bispo de Setúbal

Secretariado da Acção Social e Caritativa promoveu um encontro de agentes nesta área

Com a época natalícia à porta, o Secretariado da Acção Social e Caritativa da diocese de Setúbal promoveu um encontro de agentes nesta área onde se falou de aspectos práticos para combater a pobreza.

Presente no encerramento desta iniciativa – realizada dia 13, no Barreiro –, D. Gilberto Reis, bispo de Setúbal, realçou que o “serviço de acolhimento e inclusão daqueles que estão a sofrer é um imperativo dos homens”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o prelado sadino sublinhou que a “comunidade inteira deve estar envolvida” nos problemas sociais. O trabalho em rede é mais profícuo porque “as dificuldades têm muitas dimensões”. A necessidade de formação foi outra orientação dada por D. Gilberto Canavarro Reis. “As intervenções implicam o conhecimento profundo das realidades” – concluiu.

Para além da reflexão de João César das Neves que abordou a temática «O sacerdócio comum dos fiéis – como o viver no serviço ao mundo», as várias dezenas de participantes ouviram testemunhos de pessoas que trabalham com excluídos, migrantes, reclusos e doentes mentais. “O pobre sabe ouvir. Como o rico está fechado em si, não ouve” – disse à Agência ECCLESIA Madalena Reverendo, da Cáritas de Setúbal. E acrescenta: “Os pobres que ouvem evangelizam muito”

Em relação ao mundo prisional, o Pe. João Gonçalves pediu para que a pastoral neste meio não se resuma apenas aos reclusos. “É o estar preocupado com tudo o que os envolve e com as próprias famílias”. A reinserção dos presos é um aspecto importante, mas “esta começa quando eles vão para a cadeia” – sublinha Madalena Reverendo.

Do Centro Padre Alves Correia (CEPAC), os agentes ouviram o testemunho do Pe. Mário Silva. Uma instituição que ajuda imigrantes irregulares e conta com vários especialistas que dão várias matérias de formação. Actualmente, o CEPAC apoia “mais de 300 famílias”.

Os doentes psiquiátricos também tiveram o seu espaço. “Eles são muito sensíveis aos gestos e ao carinho, mas normalmente não o têm porque os hospitais psiquiátricos são sempre instalados longe das cidades” – salientou Madalena Reverendo. É no trabalho de proximidade que a “Igreja pode ter mais acção”. Só assim “o tripé da caridade é primordial” – acrescenta.

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