Transplantes: Pastoral da Saúde aposta na angariação de dadores

Mons.Feytor Pinto acredita no sucesso das iniciativas de sensibilização

Com determinação “é possível colocar em prática” as ideias sublinhadas no comunicado final do XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde que teve o seu término hoje (3 de Dezembro) em Fátima. Em declarações à Agência ECCLESIA Mons. Vítor Feytor Pinto realça que é fundamental “ajudar as pessoas a abrirem-se à hipótese de serem doadores para transplantes” e “preparar as pessoas a serem transplantadas para receberem esta dádiva com serenidade”.

Ao longo de 4 dias (30 de Novembro a 3 de Dezembro), no Centro Pastoral Paulo VI, cerca de 600 participantes reflectiram sobre «Transplante de órgãos – doação para a vida». Educar as populações a terem sensibilidade para estes problemas é o caminho prioritário. “Iremos criar material para que as comunidades tenham uma aprendizagem fácil” – referiu o Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde.

Ao referir-se à assistência espiritual – tanto nos hospitais como nas paróquias -, Mons. Feytor Pinto adianta que os “grupos de dadores podem educar na sensibilização deste fenómeno”.

Ao relatar ao sua experiência como capelão hospitalar, o Pe. José Nuno disse aos presentes que guarda uma frase que ouviu de uma mãe que acabara de perder o seu único filho: «Deus roubou-me o filho e agora os médicos querem roubar o coração do meu filho». Com vários anos de experiência na capelania do hospital de S. João no Porto, o Pe. José Nuno salienta que é fundamental “mudar as mentalidades: doar um órgão é uma dádiva e não um roubo”. E lamenta: “foi pena ter-se optado por uma legislação facilitista que torna cada um, não um dador, mas uma pessoa exposta para que lhe retirem os órgãos quando já não é capaz de manifestar vontade”.

Depois do discurso de Bento XVI aos membros da Academia da Vida e das Ciências da Santa Sé, Portugal também foi alertado “para a importância desta área na linha da Pastoral da Saúde”. E acrescenta: “A Pastoral da Saúde não é apenas tratar dos doentes e educar para a saúde, mas tem outros elementos para podermos trabalhar”.

Para o próximo ano – segundo o coordenador nacional – a temática do encontro ainda não está definida, mas “há uma que está a perfilar-se: a entrada nos novos regulamentos da assistência espiritual e religiosa”. E finaliza: “não apenas nos hospitais, mas também em casa”

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