Bento XVI comemora descobertas de Galileu

Bento XVI escreveu uma mensagem por ocasião do congresso “Do telescópio de Galileu à cosmologia evolutiva. Ciência, filosofia e teologia em diálogo”, que se realizou em Roma. A missiva foi enviada a D. Rino Fisichella, reitor da Universidade Pontifícia Lateranense.

Neste Ano Internacional da Astronomia, que comemora o 4.º centenário da invenção do telescópio, o Papa recorda que com ele “cresceu na cultura a consciência de encontrar-se diante de um ponto crucial da história da humanidade”.

“O conceito de ciência que tinha durado séculos era agora modificado, empreendendo o caminho rumo a uma nova concepção do mundo e do homem”, acrescenta.

“Galileu, disse Bento XVI, abriu “a porta para observar espaços cada vez mais imensos”, mostrando que a matéria “possui uma inteligibilidade capaz de falar à inteligência do homem e de indicar um caminho que vai muito além do simples fenómeno”.

“A estrutura objectiva do universo e a estrutura intelectual do sujeito humano coincidem, a razão objectiva e a razão objectivada na natureza são idênticas”, precisou.

Para o Papa, as perguntas sobre a imensidão do universo, sobre sua origem e sobre seu fim, assim como sobre sua compreensão, “não admitem uma resposta única de carácter científico”.

“Quem observa o cosmos seguindo a lição de Galileu, não poderá deter-se somente naquilo que observa com o telescópio, deverá perguntar-se sobre o sentido e o fim para o qual se orienta toda a criação”, indicou Bento XVI.

Neste contexto, a filosofia e a teologia revestem um papel importante “para aplanar o caminho rumo a conhecimentos subsequentes”.

A descoberta de Galileu, sublinha o Papa, “foi uma etapa decisiva para a história da humanidade”, da qual “surgiram outras grandes conquistas, com a invenção de instrumentos que tornam precioso o progresso tecnológico ao qual se chegou”.

Contudo, existe sempre um risco subtil de que o homem “confie somente na ciência e se esqueça de elevar os olhos para além de si mesmo”.

Por isso, o Papa convida a dirigir o olhar “a este Ser transcendente, Criador de tudo, que em Jesus Cristo revelou o seu rosto de Amor”.

Redacção/Zenit

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