Copenhaga: Por um acordo global pós-2012

Entre 7 e 18 de Dezembro, os ministros do Ambiente vão reunir-se em Copenhaga para a conferência do clima das Nações Unidas. O objectivo é tentar alcançar um novo acordo que substitua o Protocolo de Quioto, que termina em 2012.

A cimeira vai ter lugar no maior centro de conferência da Dinamarca, o Bella Center e vai durar duas semanas. Esta é a última de uma série de reuniões, que tiveram a sua origem na Cimeira do Rio em 1992.

Os países em desenvolvimento, como a China e a Índia, defendem que países ricos como os Estados Unidos e o Reino Unido devem dar um “claro exemplo” na redução de emissões de gases como efeito de estufa. O próprio Bento XVI afirmou, este ano, que que os países industrializados devem cooperar “com responsabilidade pelo futuro do planeta e para que não sejam as populações mais pobres a pagar o preço maior pelas mudanças no clima”.

Os Estados Unidos da América não ratificaram o Protocolo de Quioto, argumentando que a redução exigida (menos 5% de emissões) iria “arruinar a economia dos Estados Unidos”, além de não exigir reduções aos países emergentes.

Já em Agosto, Bento XVI enviava uma mensagem de apoio à Cimeira de Copenhaga, afirmando ser fundamental que “a comunidade internacional e cada governo enviem os sinais certos aos seus cidadãos e consigam travar as formas prejudiciais de tratar o ambiente”.

“Os diversos fenómenos de degradação ambiental e as calamidades naturais, que a comunicação social regista várias vezes, lembram a urgência do respeito pela natureza, recuperando e valorizando na vida de cada dia uma relação correcta com o ambiente”, disse.

Na Dinamarca, os líderes mundiais têm a oportunidade de entrar na história, por ocasião da maior conferência sobre Alterações Climáticas desde Quioto. O dossier da Agência ECCLESIA apresenta, esta semana, um olhar especial sobre o futuro do planeta e a defesa do ambiente, antecipando a Cimeira.

Os ensinamentos do Papa surgem em lugar de destaque, acompanhados por conselhos da Quercus e um exemplo de boas práticas, o Santuário de Fátima, para além do compromisso ecológico da Igreja Católica na Europa.

Maria da Glória Garcia, da Faculdade de Direito da Universidade Católica, defende que “é preciso garantir os princípios politicamente acordados, realizar generalizadamente o direito, a nível estadual e comunitário, a fim de incorporar o futuro na acção quotidiana, localmente situada, e estar atento aos pormenores trazidos pela evolução, para que possa, permanentemente, ser assegurada a justiça presente na sustentabilidade do desenvolvimento humano com dignidade para que todos somos convocados”.

Pe. Duarte da Cunha, secretário-geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, considera que “a Igreja nunca pode deixar que um mal possa ter como solução outro mal, ou seja, nunca pode deixar que se conclua que a solução para problemas ambientais seja a diminuição forçada da população”.

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