Preocupações ambientais do Santuário de Fátima

Além de outras, sempre relacionadas em primeira instância com o propósito do bom acolhimento aos peregrinos, o Santuário de Fátima tem preocupações ambientais e, por isso, procura colaborar, com “obra feita”, tendo em vista o beneficio ambiental, nomeadamente com projectos e investimentos relacionados com as novas tecnologias chamadas “amigas do ambiente”.

O mais recente prendeu-se com a instalação de uma central fotovoltaica de 100 kW. Num quarto dos 12.315 m2 da cobertura da Igreja da Santíssima Trindade foram instalados 570 painéis solares, um investimento na ordem dos 500 mil euros.

Comprovada a viabilidade do projecto, pretende-se promover a utilização racional de energia e contribuir para a diminuição do efeito estufa com emissões de CO2 na atmosfera.

Este projecto foi o último mais visível nesta área ambiental, mas outros já estão a funcionar na nova igreja do Santuário, inaugurada em Outubro de 2007 pelo Legado Pontifício Cardeal Bertone.

Neste novo espaço, também o projecto de iluminação procurou respeitar o propósito do autor, o arquitecto grego Alexandros Tombazis, que seguiu as indicações do Santuário nesta área.

“A minha firme convicção é que a arquitectura é uma síntese entre arte e técnica e que, ainda nos mais humildes assuntos, se pode encontrar inspiração para as mais inspiradas criações. Sustentabilidade e desenho ecológico bioclimático é um factor importante no nosso trabalho”, afirmou Tombazis, na altura da inauguração.

A obra realça a preocupação da conjugação das áreas arquitectura, iluminação e eficiência energética.

Os conceitos luminotécnicos para este edifício foram pensados com base na maximização da iluminação natural dos vários espaços. No espaço da grande igreja, um sistema computorizado permite manter uma iluminação constante, bem como diferentes níveis de luz, de acordo com as funções a decorrer, conjugando a luminosidade exterior, a maior ou menor abertura dos estores da cobertura e o uso de luz artificial.

Fora do espaço da Igreja da Santíssima Trindade, o Santuário tem procurado dar resposta a outras questões ambientais, nomeadamente com o que refere ao tratamento da cera proveniente das velas oferecidas pelos peregrinos, símbolo de agradecimento de graças recebidas ou de preces elevadas ao Céu.

 Recentemente, o Santuário procedeu à remodelação do tocheiro e da pira, próximo da Capelinha, no recinto do Santuário, com a instalação de um melhor e mais eficiente sistema de exaustão de fumos, que resultou em melhorias visíveis em termos ambientais e também estéticas, uma vez que levou os fumos para fora do grande recinto.

Por outro lado, procede-se ainda à recolha e reutilização (para reciclagem) da cera resultante da queima das velas.

Ainda que implique um menor, ou quase nulo, investimento financeiro em novas tecnologias, o Santuário, noutra área importante do seu trabalho, pretende continuar a zelar pelo “pulmão” da cidade de Fátima, o monte dos Valinhos. Neste espaço, profundamente ligado à história de Fátima por nele terem ocorrido manifestações de natureza divina, nomeadamente as aparições do Anjo, em 1916, e as de Nossa Senhora, em Agosto de 1917, o Santuário de Fátima possui uma área de à volta de 80 hectares.

Nesta área, integrada na Reserva Ecológica Nacional, a instituição trabalha no sentido de preservar a vegetação típica natural, também com o intuito de preservar a memória das aparições.

LeopolDina Simões, Santuário de Fátima

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